Chantalla Furlaneto começou surfar aos 11 anos, na época sua mãe vendia sanduíches na Praia Mole, Florianópolis. Ganhou sua primeira prancha e nunca mais parou.
Ao longo da carreira conquistou títulos importantes, se profissionalizou aos 16 anos e viajou o mundo competindo eventos QS. Mas em 2011, viu sua carreira ser interrompida pela ausência do circuito profissional feminino. Teve que mudar os planos e investir na carreira de freesurfer. Hoje, Chantalla comemora 27 anos e conta pra gente o que ela pensa sobre surf feminino no Brasil, machismo, ausência de campeonatos, planos para o futuro e muito mais!
Decidir campeãs brasileiras com uma etapa não é justo pra nenhum atleta.
Você começou a surfar aos 11 anos, como foi esse início? Teve o incentivo de alguém?
Minha mãe era ambulante e vendia sanduíche na praia mole, quando eu não estava na escola, estava atrás dela na areia. Até que um dia, os amigos dela começaram a dizer que minha irmã e eu tínhamos que começar a surfar. Então, ela nos deu nossa primeira prancha, foi amor à primeira onda (risos).
Você competiu durante alguns anos e conquistou títulos importantes como surfista profissional de competição, como foi a transição para o freesurf?
Eu ainda sou surfista profissional, mas devido ao atual cenário do surf feminino brasileiro, sem competições, minha carreira ficou muito ligada à carreira de freesurfer. É desmotivante não ter eventos, ou ter um evento por ano. Tivemos circuitos fortes, me profissionalizei nos anos de glória do surf feminino no Brasil, tinham várias competições e circuitos. Antes eu treinava para cada competição, era um foco para cada evento, havia objetivos. Mas decidir campeãs brasileiras com uma etapa, não é justo pra nenhum atleta, ainda mais com um esporte como o surf, que não depende só de você, mas também da natureza. Claro que é melhor ter um do que nenhum, mas ninguém sobrevive com um campeonato por ano. Quando as competições acabaram, eu precisava alimentar minha alma de alguma forma. Meu shaper, Maurício Cunha começou a me oferecer pranchas diferentes, hoje meu quiver é de freesurfer (risos) e eu surfo com todos os tipos de pranchas, me divirto muito surfando. Mas foi sem querer, se eu parar de competir, vai ser super natural. Mas nada, e liberdade nenhuma como freesurfer é comparável ao sentimento de vencer uma bateria.
Como você vê a falta de incentivo às atletas e o machismo no surf, de alguma forma isso já te atrapalhou?
É triste, agora as coisas parecem estar voltando a acontecer, por movimentos feitos pelas próprias atletas, tem a Marina Werneck com essa iniciativa dos QS no Brasil e a família da Suelen, novamente, confirmando uma etapa do brasileiro, mas tem uma nova geração que precisa ser vista e isso só vai acontecer com competições. Essas meninas só precisam de oportunidade pra mostrarem o quanto são boas, porque continuar surfando mesmo com esse abandono da categoria mostra o quanto elas amam o que fazem! Eu não sofri com machismo, na realidade escutei muito que eu tinha patrocínio por ser bonitinha, mas nunca dei muita importância, só eu sei o quanto me esforcei para conquistar o que conquistei, o surf me deu oportunidades que eu jamais teria sem o esporte.
Como é sua rotina de freesurfer? Tem patrocínios atualmente?
Eu surfo todos os dias, cada dia com um tipo de prancha, eu gosto de me divertir quando estou surfando, fotografo as campanhas dos meus patrocinadores e sempre estou produzindo algo: fotografando ou filmando para as minhas redes sociais, que hoje tem um papel importantíssimo na vida de qualquer atleta. Sempre que tenho a oportunidade estou viajando! Em Floripa também treino fora da água, faço Sling training e yoga. Acabei de encerrar o trabalho que eu tinha de 10 anos com duas marcas, atualmente estou sem patrocínio principal, mas eu tenho como copatrocinador a HB de óculos e a Sking de pranchas.
Quais são seus planos como freesurfer profissional?
Meu plano? Eu amo viajar, então, se é pra ser freesurfer tenho que estar na estrada, o mundo é lindo, cheio de pessoas e lugares lindos, que precisam ser vistos, eu quero inspirar as pessoas a fazerem coisas que as fazem felizes, a serem elas mesmas, a fazerem o que amam, essa liberdade me faz tão bem e feliz, e isso se resume em pegar uma prancha e ir pro mar, é simples! Surfar é o que faz meu coração vibrar.
Algum projeto no radar que possa adiantar pra gente?
As duas últimas vezes que fui para a Califórnia, transformei meu carro em uma casa (só tinha um colchão inflável, mas era o suficiente rsrs) durante um mês! Como freesurfer quero fazer isso por outros países também, nunca me senti tão livre e conectada ao agora, à natureza, viver na estrada e acordar cada dia com uma onda diferente como quintal de casa não tem preço!
Parabéns, Chantalla! O OrigemSurf te deseja muita saúde, paz e altas ondas!
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