O que para nós, surfistas modernos do século XX e XXI, é impensável, para os antigos reis Havaianos e Polinésios surfar sem quilhas era um fato consumado. Naquela época, o surf significava apenas deslizar sobre as águas salgadas com o objetivo de chegar até a praia, e assim voltar para o fundo do mar atrás de mais uma onda. Hoje, o esporte chegou a um estágio, que talvez nem os mais visionários ousariam sonhar. Aéreos full rotations, back flips, 360o, e até o surreal 720o não estavam no script.
Com a chegada das quilhas, as pranchas se tornaram mais “direcionáveis” e o surfista passou a ter mais controle da sua nave. Rasgadas, cutbacks e batidas foram ficando cada vez mais precisas. Mas, quem inventou a quilha? Segundo relatos e comprovações foi Tom Blake, que em 1934, resolveu adaptar uma quilha de um velho barco encalhado na sua prancha. “Quando fui ao Havaí percebi que os surfistas colocavam um dos pés para fora da prancha com a intenção de garantir mais agilidade no direcionamento das mesmas, o que era muito difícil de fazer pois exigia muito equilíbrio”, relatou Blake. As quilhas pareciam ser a solução para ele. “No começo era muito estranho porque eram enormes, demorou mais de 10 anos para que as quilhas passassem a ser equipamento indispensável para o surf.”
Foi então, nos anos 40, que o surfista Bob Simmons inovou mais uma vez ao colocar duas quilhas em suas pranchas. Um pouco mais tarde, o atum foi a inspiração de George Greenought, isso mesmo, ele adaptou as antigas quilhas de forma que se parecessem com as barbatanas do peixe: mais estreitas e flexíveis. Na década de 70, o australiano Mark Richards, dono de seis títulos mundiais, transformou mais uma vez o mundo das quilhas ao desenvolver junto ao seu shaper, na época Dick Brewer, um modelo inovador de biquilhas.
Dez anos mais tarde, a história da evolução do esporte mudaria por completo com a chegada das três quilhas. O jovem Simon Anderson de Collaroy Beach, litoral norte de Sydney, daria ao esporte a contribuição mais ilustre de toda a história do surf. Em outubro de 1980, Simon decide criar um modelo batizado como “thruster” ou “propulsor” no nosso português, protótipo que se tornaria o mais popular por mais de 30 anos.
Outro advento importantíssimo nesta história são as quilhas de encaixe. A praticidade que criou-se com a possibilidade de colocar e tirar as quilhas tornou a vida do surfista muito melhor. Já parou pra pensar em ter que transportar seu quiver de quilhas fixas durante uma surftrip? Muito cuidado e reza brava pra se livrar de imprevistos que façam você gastar tempo e dólares com consertos de emergência.
E por que não quatro quilhas? As chamadas quadriquilhas ficaram populares quando Kelly Slater passou a surfar com elas. Mas, é no Brasil ou melhor, com um brasileiro que essa história começou. O ex-surfista pro Ricardo Bocão, afirma ter começado a surfar de quadriquilhas no Havaí, ainda na década de 80. Em entrevista concedida à Hardcore, Bocão conta melhor como foi essa história. “A resistência foi muito grande na época, por parte de brasileiros e estrangeiros. Todo mundo ficava zoando, falando que eu estava querendo aparecer”, conta. Se nessa época, a atitude do surfista era motivo de zoação, hoje Kelly Slater parece estar muito satisfeito com suas as “quads”. E quem ousa duvidar do mito?
Mas do que são feitas as quilhas hoje? Fibra de vidro, plástico e carbono estão entre os ingredientes dessa receita capaz de criar objetos-desejo de qualquer surfista. Coloridas, transparentes, estreitas, largas, com desenho ou sem desenho, tem para todos os gostos!
A mais recente novidade são as quilhas inspiradas em bolas de golfe. Isso mesmo! O golfe faz parte da vida de muito surfista, especialmente os australianos que adoram e têm o golfe como segundo esporte. Na terra dos cangurus, o golfe é super popular. A coisa mais comum é dar de cara com um grupo de surfistas dividindo o campo ao lado de senhores concentrados. E foi pensando nesta bolinha, que a 3DFINS, empresa sediada na paradisíaca Margaret River, vem criando modelos totalmente inspirados no design da bola de golfe.
Josh Kerr e um time de atletas profissionais testam os protótipos da marca desenvolvidos a partir de uma lógica simples: a física funciona da mesma maneira para ambientes aquáticos como para aéreos. Se a tecnologia da bola direciona e mantém sua performance no ar, por que não implementar a mesma tecnologia nas quilhas? As ondulações na superfície da quilha prometem duas coisas principalmente: redução do atrito e melhora no impulso do movimento.
Além de tecnológicas elas são lindas e divertidas. Modelos como a monoquilha com coqueiros, a fashion oncinha ou as descoladas com grafites incríveis, opção é o que não falta. Sem falar no fator preço. As quihas 3DFINS têm um valor cerca de 40% menor do que as do maior fabricante e atual líder do mercado.
Você encontra as quilhas 3DFINS no Brasil em lugares como Estaleiro Shape Club, Hawaiian Soul, ambas em São Paulo, na Cedotte Shapes em Ubatuba e na Edgo Surf Boards do Rio, entre outros pontos. Outra forma de adquirir sua quilha é pela internet através do e-commerce oficial da
Fonte: Blog do Dragão / Hardcore / SurferMag / Surfinghandbook / Instagram
Yeah, fashion is important to grow some culture and Deglans doing their best to do this.