Pela primeira vez na história da WSL (Word Surf League) homens e mulheres recebem o mesmo valor em dinheiro nas premiações. Graças à política de igualdade de gênero defendida pelo poder público e civil da cidade de Iquique, no Chile.
por Janaína Pedroso
A luta por direitos iguais é velha companheira de mulheres que batalham por valorização. No surfe, mais do que premiações igualitárias, a batalha antecede palanques. Já que a luta é diária e constante entre mulheres, que por diferentes razões, decidiram pegar onda e enfrentar um ambiente predominantemente masculino. Salvo algumas exceções e picos que as coisas já estão mais iguais como Austrália e Califórnia.
A final que ocorreu ontem (24) em La Punta no Chile, e anunciou os ganhadores do Heroes de Mayo Iquique Pro, trouxe bons ventos aos que sonham com um mundo mais justo. Se o machismo está longe de ser banido do surfe, que pelo menos alguma justiça seja feita dentro do universo das competições. Já que são os eventos e campeonatos capazes de atrair a mídia, formadores de opinião, e assim passar a mensagem ao público em geral.
A grande verdade é que o surfe no Brasil precisa aceitar melhor a presença das meninas na água. Não tem mais desculpa. Antigamente era fácil ouvir uma justificativa do tipo: “Mulher na água aumenta o crowd”. Meu velho, essa já era. O surfe foi invadido e caiu nas graças da multidão. Não tem mais volta. Acabou o sossego. E as mulheres engrossam o caldo? Sim, talvez, fazer o quê?
Ano passado, ou retrasado, não me recordo muito bem, uma história bizarra veio à tona. Tudo aconteceu dentro de uma associação séria de surfe. Uma atleta foi proibida de competir por ser menina e ter ganhado de um garoto. O pai do rapazinho ficou furioso. “Como uma menina vai ganhar do meu filho? Como vai ficar a cabeça dele?” Eram essas as incríveis indagações do pai. Assim a garotinha foi vetada e o papai ficou satisfeito com seu filhinho.
Mas a ideia aqui é falar de coisa boa. Então voltemos ao Heroes de Mayo Iquique Pro com uma bela fala de Mauricio Soria, Prefeito de Iquique. “Nós acreditamos que as condições de trabalho devam ser iguais entre homens e mulheres. Salários também devem ser os mesmos. Este é o motivo pelo qual a cidade de Iquique tomou para si a iniciativa de aumentar o prêmio em dinheiro da categoria feminina, para que as mulheres recebessem o mesmo que os homens”. Bravo mister Soria!
Por aqui, quem falou sobre premiações igualitárias pela primeira vez foi a CBS. A Confederação Brasileira de Surfe surgiu com a ideia, sugerida pelo Comitê Olímpico, de igualar valores das premiações entre os surfistas homens e mulheres. Há quem diga que “os caras” quiseram passar um pano, pra se redimir de anos e anos sem dar qualquer apoio à categoria. Independente das reais motivações por trás da boa ação, as minas vão ter atenção. E no final das contas é isso que importa.
Dá-lhe mulherada
As mulheres vão dominar o mundo hahaha
Bacana
Nice bananas!
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