Se você gosta de surfe, independente do seu nível técnico, precisa assistir à final do mundial Pro Junior em Taiwan. A etapa celebra não só a vitória do brasileiro Mateus Herdy sobre o norte-americano Eithan Osborne, mas expõem traços significativos de mudança no paradigma do esporte.
por Janaína
O primeiro ponto importante sobre a final é elucidado por meio das reações dos atletas em campo, ou melhor, em mar. Herdy e Osborne, dois adolescentes, que conservam ainda uma das características mais fascinantes da infância, dão à plateia e milhares de internautas a satisfação de testemunhar a espontaneidade.
A disputa em Taiwan também marca a história do surfe nacional, e do mundo, por traduzir à risca o lifestyle do esporte, seja ele de competição ou não. Juventude parafinada no palanque, mais uma geração que sonha viver de surfe.
Além disso, o Aberto de Taiwan celebra outro ponto interessante, que diz respeito ao alcance global do esporte. O surfe se despede de vez da antes hegemônica torcida ocidental para adentrar de corpo e alma no Oriente. Além de olímpico, o esporte é hoje definitivamente uma paixão universal.
Tudo ou nada. Aéreos, backflips, full rotation e até a clássica rasgada de borda. Seja bem-vindo ao surfe do futuro. Tudo isso sem máscaras e escancarado aos presentes, aos internautas, aos juízes, toda emoção a flor da pele. Os juniores empolgaram mais do que muitos veteranos em fases áureas de ASP.
Mas por que o dez não veio?
Herdy não só falou com os juízes como fez da prosaica conta de dedos, ao meu ver, uma singela e respeitosa provocação. Um, dois, três, quatro…dez? Levantou as mãos sugerindo a nota máxima aos juízes.
Apesar de o dez lhe ter sido negado, fica a dúvida: o que mais ele poderia ter feito naquela onda? Talvez a própria interação tenha lhe custado os décimos que transformaram sua performance em quase-perfeita.
Reações inesperadas entre surfistas e o palanque de notas não é algo muito admirado e encorajado no surfe de competição. Tampouco demonstrações negativas entre surfista e os responsáveis pelo julgamento é algo apreciado.
Sugere-se, nas entrelinhas, que o surfista deva ser profissional, o que para muitos é ser frio e calculista. Já para outros, performances apáticas com seres quase robóticos. Cadê o espírito rock n roll do surf? Foi-se, caro leitor, sabe-se lá para onde e hoje é mais fácil encontrar surfista no pagode do que no show de punkrock. E por isso a final de Taiwan lava um pouco a alma dos espectadores mais experientes. Afinal, Herdy e Osborne eram pura transgressão, sendo de certo modo libertador vê-los surfar.
Que tempestade é essa?
Outro ponto a se falar sobre a conquista de Mateus Herdy – que é sobrinho de Guilherme Herdy, que algumas décadas atrás já emocionava os fãs do esporte –, é a afirmação de que o surfe brasileiro jamais deveria ter sido associado a algo passageiro. A errônea expressão Brazilian Storm foi finalmente desmascarada.
O presente e o futuro do surfe no Brasil não poderiam ser mais perenes.
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