Inspirada pela etapa mundial que ocorre em Manly Beach, em Sydney, Austrália, a autora revive lembranças de um ano em que esteve no evento e falou pessoalmente com Occyluppo, Pedro Barros, Sally Fitzgibbons e outros nomes do mundo esportivo
“Aquela casa me traz boas lembranças”, “cheiro de café me lembra a infância”. Quais são as boas memórias que seguem registradas? Por que outras desaparecem com facilidade?
“Manly já começou”, ele avisa como quem fala qualquer coisa. De fato, não há nada demais nisso. É sobre mais uma importante etapa mundial, o Vissla Sydney Surf, QS 6000, que este ano trouxe até Kelly Slater.
Só tem um detalhe. Poucas coisas, durante cerca de quatro anos vividos na Austrália, foram tão excitantes e memoráveis como a edição desse mesmo evento no ano de 2012.
Manly Beach, o lugar responsável por alegrias intensas e ao mesmo tempo um vazio profundo. A inocente frase trouxe à mente um turbilhão de lembranças. Eu não sabia na época, mas teria mais dois anos de Austrália, e Sydney então ficaria para sempre como uma das maiores aventuras da minha vida.
Foi lá que entrevistei um dos meus grandes ídolos, Mark Occhilupo e tive a honra de conhecer até sua mãe, uma senhora muito doce e simpática. Foi lá que fiz uma das noitadas mais divertidas ao lado de Pedro Barros e pessoas que eu acabara de conhecer.
Foi também em Manly que entrevistei Miguel Pupo, Sally Fitzgibbons, Sofia Mulanovich, Jacqueline Silva e tantos outros. Lá assisti impressionada à radicalidade de Peterson Crisanto e descobri um garotinho chamado Keegan Palmer, que aos 8 anos já despencava de um bowl monstruoso, com a mesma facilidade que eu “dropava” o escorregador do parquinho quando tinha a mesma idade que ele.
Os encontros inesquecíveis, ou quase, acabaram rendendo algumas publicações em um portal de esporte, ganhei nenhum dinheiro por isso, mas muita diversão e ótimas lembranças.
Se pudesse de algum modo dizer ou alertar aquela mulher da época eu diria: aproveita, mas fique atenta, seu tempo nessa cidade é curto e, por isso, vai viver intensamente. Você não sabe ainda, mas dores piores virão. Portanto, aproveite o momento. Sim, essa experiência é uma espécie de treino, mais tarde você vai conseguir se transformar finalmente em uma jornalista esportiva e especializada no esporte que ama. Não se cobre tanto, a não entrevista com Bob Burniquist será a primeira de outras tentativas frustrantes. Por favor, não se apegue tanto a ninguém e nem sofra tanto com as despedidas, haverá muitas ainda. Seja forte e honesta com você. Surfe, surfe e surfe esse litoral de Sydney, talvez você nunca mais volte, talvez demore bastante. Ergue a cabeça, você venceu ao deixar em Perth um dos relacionamentos mais nocivos que teve, e não se zangue, isso vai de algum modo te ensinar coisas importantes como a capacidade de cultivar o amor próprio e consequentemente encontrar um amor verdadeiro. E não se preocupe, você vai conseguir as duas coisas. Manly, março de 2012.
Edição 2019 – Vissla Sydney Surf Pro
Do passado ao presente, as notícias mais frescas que acabam de chegar da Austrália anunciam que os brasileiros foram os responsáveis por acabar com a alegria do maior fenômeno que a modalidade já teve: Mr. Kelly Slater.
Certamente não foi só Slater quem se decepcionou com a saída prematura do evento, os fãs que lotavam a areia de Manly também.
“É ótimo estar de volta aqui em Sydney e foi impressionante ver esse público enorme na praia, muito legal ter esse apoio. Pena que eu saí do evento, mas estarei aqui no fim de semana competindo (bateria especial contra o bicampeão mundial Tom Carroll) (…) Eu queria poder agradecer a cada um pessoalmente, mas é muita gente, então só posso dizer obrigado a todos pelo carinho”.
Para acompanhar o evento basta conectar-se à WSL, através do site, APP ou Facebook.
por Janaína
Créditos de imagem: WSL / Dunbar / Divulgação, WSL / Divulgação.WSL / Dunbar / DivulgaçãoWSL / Divulgação
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