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A superação de Filipe Toledo no surf olímpico

por | jul 29, 2024 | Destaque

Não quero soar repetitiva, mas inevitavelmente o dia de ontem pede que a discussão central, o cerne, seja a respeito da superação no surf olímpico. Não apenas do próprio atleta, que necessitava provar aos outros e a si próprio ser capaz, mas também de uma audiência e uma massa de fãs do surf habituada a duvidar da técnica de Filipe Toledo em ondas de consequência.

A trajetória de superação de Toledo não se deu à toa e está sendo construída muito antes do surf olímpico. Desde o início de sua carreira, ele foi moldado pela velocidade, agilidade e destreza. No entanto, falhas nas ondas grandes e perigosas criaram uma espécie de sombra sobre suas habilidades inúmeras. Essas falhas não podem ser apagadas, pois fazem parte de sua história e do caminho que o levou a ser o surfista que é hoje.

O medo é parte inerente do ser humano, e em modalidades como o surf, ele está constantemente presente. Mesmo que haja coragem para desafiá-lo, o medo está lá. A superação não significa a ausência de medo, mas a capacidade de enfrentá-lo e seguir em frente.

Assim, devemos naturalizar fraquezas e vulnerabilidades. É preciso aceitar que na vida de ninguém, muito menos na de um atleta de alto rendimento, a trajetória é linear. Há altos e baixos o tempo todo, e é isso que torna a jornada tão rica e significativa.

A previsão de ondas em Teahupoo permitiu um belo show até agora, com tubos perfeitos e profundos, sob uma bancada rasa de recifes afiados. A performance dos surfistas tem sido de tirar o fôlego, e o show de superação está aí, para ninguém botar defeito. Tainá, que jamais teve oportunidade e experiência nesta onda, segue na disputa, mostrando que a determinação e a coragem podem superar a falta de experiência.

Todos, absolutamente todos da equipe de surfistas brasileiros seguem vivos nos Jogos Olímpicos. Essa resiliência é inspiradora e demonstra, de certa forma, o espírito de equipe e a força do surf brasileiro.

Se haverá medalhas, ainda é cedo para cravar, mas a lição que fica do segundo dia de surf nas Olimpíadas é clara: o surf precisa parar de duvidar da capacidade de Filipe. Os torcedores do Brasil devem isso a ele e a sua família. Toledo precisa de paz e leveza para que consiga seguir superando suas limitações e vibrando com alegria, como fez ao sair daquele tubo branco, de espuma e sal que o celebraram.

A superação de Filipe Toledo no surf olímpico é um testemunho da força e da capacidade humana de enfrentar e superar desafios e limitações, que muitas vezes estão na esfera mental e emocional. Ele nos lembra que todos temos fraquezas, mas também a capacidade de crescer e melhorar continuamente; que essa jornada sirva de inspiração para dentro e fora do mundo do surf.

Créditos Willian Lucas / COB

Sobre o autor

Origem Surf

Janaína Pedroso surfa há 21 anos. É formada em Comunicação Social/Jornalismo, com especialização em Roteiro para TV, Teatro e Cinema. Já atuou como apresentadora com passagens pela Globo, Band e CNT e como repórter para Editora Trip. Atualmente divide seu tempo entre a maternidade, o surfe, a produção de textos e à frente da empresa de comunicação Origem Press.

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