Recentemente, em 14 de setembro de 2024, Monik Santos, de Pernambuco, fez história ao se tornar campeã da edição de 2024 do “A Great Day in the Stoke”, um dos maiores encontros de surfistas negras do mundo. O evento, que aconteceu em Huntington Beach, Califórnia, reuniu um número recorde de participantes e reforçou sua missão de promover a inclusão de surfistas negros em um esporte tradicionalmente elitizado e embranquecido.
Para Monik Santos, a vitória no “A Great Day in the Stoke” foi mais do que um marco pessoal, mas um símbolo de resistência e representatividade em um espaço no qual surfistas negras não são reconhecidas. “O surf é um esporte caro, embranquecido e elitista. Ter eventos como esse é fundamental para que a gente se sinta pertencente e para incentivar crianças a acreditarem que elas também podem. Eu nunca tive condições, mas estou aqui porque acreditei no meu sonho, apesar de todas as dificuldades e do preconceito que enfrentamos. É muito importante fortalecer o movimento de mais surfistas negras no cenário internacional – é tudo o que precisamos”, diz Monik.
“A Great Day in the Stoke” é idealizado pelo produtor Nathan Fluellen, conhecido como Worldwide Nate, está em sua terceira edição e se consolida como um espaço de celebração da cultura negra no surf. Nesta edição, o evento superou expectativas e reuniu surfistas de diversas partes do mundo, promovendo não apenas uma competição, mas um espaço de troca e união.
“Foi uma experiência inesquecível, sem dúvida a frase certa a se usar. Foi muito especial participar de um evento voltado para surfistas negras com o objetivo de promover inclusão e incentivo para termos mais mulheres negras no surf, um esporte tão embranquecido e elitizado. Eu, Érika (Érica Prado, fundadora do movimento Surfistas Negras), Yanca (Costa) e Mary (Maryellen Oliveira), fomos convidadas, e estar num lugar que respira surf, com tantos anos de história, eventos e conquistas, foi alucinante. Ganhar esse evento foi incrível”, acrescenta Monik.
A vitória de Monik evidencia a necessidade de mais visibilidade e apoio para surfistas negras no cenário internacional e nacional. Apesar de o surf ser um esporte em crescimento, a presença de pessoas negras ainda é extremamente limitada. “São pouquíssimas as surfistas negras no cenário mundial, especialmente com patrocínios e grandes investimentos”.
O evento também promoveu atividades como aulas gratuitas de surf, reparo de wetsuits e sessões de ioga, reforçando seu compromisso com a inclusão e o fortalecimento da comunidade. O encontro proporcionou momentos de aprendizado e troca entre surfistas de diferentes países, criando um espaço de apoio mútuo e empoderamento.
“Ter esses eventos é fundamental para que a gente se sinta pertencente e para incentivar crianças a acreditarem que elas podem. Sinto um enorme sentimento de gratidão e fortalecimento, como pessoa, mulher, surfista, e surfista negra. Foi muito inspirador, uma experiência incrível.”
Galeria de imagens by https://www.instagram.com/gipiii/?hl=pt
0 comentários