O Ministério do Esporte e o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmam hoje, 26, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para destinar recursos provenientes de multas por descumprimento da Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência a projetos paradesportivos em todo o país, incluindo o parasurf. Essa iniciativa visa promover a inclusão social e o desenvolvimento de pessoas com deficiência por meio do esporte.
De acordo com o comunicado, a parceria visa fomentar a prática esportiva entre pessoas com deficiência, promovendo inclusão social e desenvolvimento físico, emocional e social. O Ministério do Esporte, por meio da Secretaria Nacional de Paradesporto (SNPAR), será responsável por fornecer subsídios técnicos, divulgar editais de chamamento público e monitorar as propostas e entidades cadastradas.
Já o Ministério Público do Trabalho fornecerá subsídios técnicos sobre o processo de reversão de bens e recursos, além de comunicar as Procuradorias Regionais do Trabalho sobre o acordo e a possibilidade de destinação de bens e valores para o fomento do paradesporto.
O surf adaptado, também conhecido como parasurf, é uma modalidade que permite a prática do surf por pessoas com diferentes tipos de deficiência, utilizando pranchas e técnicas adaptadas.
No Brasil, o parasurf tem ganhado destaque, especialmente com iniciativas como o programa “Maré Inclusiva”, lançado pelo Ministério do Esporte. Este programa busca ampliar as oportunidades para pessoas com deficiência praticarem o surfe, garantindo que pelo menos 50% das vagas sejam destinadas ao público feminino.
Além disso, a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) tem promovido campeonatos brasileiros de surf adaptado, proporcionando visibilidade e incentivo aos atletas dessa modalidade. Esses eventos são fundamentais para a inclusão e o desenvolvimento do parasurf no país.
A cidade de Santos, uma das pioneiras no surf adaptado no Brasil, desenvolveu pranchas específicas para pessoas com deficiência, que se tornaram referência mundial. Desde 1996, iniciativas locais têm trabalhado para tornar o surfe mais inclusivo, beneficiando inúmeros atletas e inspirando projetos semelhantes em outras regiões.
Desde 2015, a ISA (International Surfing Association) organiza o ISA World Para (Adaptive) Surfing Championship, e cada edição tem sido o maior Campeonato Mundial de Surf Adaptado já realizado. O campeonato de 2015 contou com 69 competidores de 18 países, enquanto a edição de 2023 reuniu 180 atletas de 27 nações. Esse evento mundial criou um palco para surfistas com desafios físicos mostrarem seus talentos em uma competição de nível internacional.
Com o novo acordo entre o Ministério do Esporte e o MPT, espera-se que mais recursos sejam direcionados a projetos como o “Maré Inclusiva” e outros programas de parasurf, fortalecendo a infraestrutura, capacitação de profissionais e promoção de eventos. O que pode representar um avanço significativo para a comunidade do surf adaptado, ampliando as oportunidades e a inclusão no esporte.
Em 2019, o Origem Surf teve a oportunidade de conhecer o projeto “Nas Ondas do Bem”, coordenado pelo engenheiro mecânico Ulisses Caetano, professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em parceria com a Associação Surf Sem Fronteiras e o shaper Fabrício Flores Nunes, apresentou na última sexta (08), prancha fabricada para atender surfistas com deficiência.
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