Aos 13 anos, Carol Bastides segue quebrando barreiras no surf feminino. A jovem fez história ao disputar sua primeira final em um evento do Qualifying Series (QS) na Taíba, Ceará, consolidando-se como um dos grandes talentos da nova geração.
Natural de Praia Grande, São Paulo, Carol começou a surfar aos 5 anos e, desde então, vem acumulando títulos expressivos: tetracampeã brasileira, oito vezes campeã paulista e surfista da seleção brasileira da ISA Junior.
Agora, enfrentando desafios internacionais, ela compartilha, nesta entrevista, suas impressões sobre a final no QS, sua visão sobre o crescimento do surf feminino e os aprendizados que a acompanham dentro e fora d’água.
Aos 13 anos, você fez sua primeira final em um QS. O que passou na sua cabeça no momento da bateria?
Ah, quando eu estava lá, estava bem tranquila, porque não tinha nenhuma obrigação de estar naquela final. Estava relaxada e feliz. Fiquei triste por não ter vencido, porque, mesmo sem essa pressão, meu espírito competitivo falou mais alto. Mesmo assim, estou muito feliz com o resultado e quero melhorar para a próxima.
Quebrar barreiras é uma condição quase que inerente ao surfe feminino no Brasil. Como você enxerga seu papel nisso?
Me sinto muito feliz por poder ser um exemplo para outras meninas, mesmo sendo tão nova. Porque, no começo do ano, eu ainda me inspirava em outras atletas e não esperava estar dando o exemplo agora. Ainda me espelho nelas, e isso é algo muito novo para mim. Sempre tive minha família ao meu lado, mas agora, vendo meninas mais novas torcendo por mim e se inspirando no meu surfe, é muito especial.
O que diria a uma garota que sonha chegar ao QS?
Poxa, acabei de chegar ao QS e não esperava essa pergunta! (risos). Mas chegar até aqui foi fruto de muito trabalho. Ainda sou muito nova, mas, para quem quer chegar com a minha idade, eu diria para vir sem tanta preocupação. Algo que aprendi nesses últimos anos é que perder faz parte. O importante é usar essa experiência como motivação para evoluir na próxima bateria. Nunca desistir. Uma coisa que meu pai sempre me ensinou é a não ter o “pé no chão” nesse sentido – acreditar e confiar que é possível vencer, sempre dando o meu melhor.
Qual é seu planejamento estratégico durante uma bateria?
Depende muito de cada bateria, mas, na maioria das vezes, a criatividade fala mais alto.
O que você acha imprescindível para uma atleta de alta performance hoje em dia?
O surfe tem que vir em primeiro lugar. Além disso, acho essencial ter maturidade para se dedicar de verdade, abrir mão de algumas coisas e focar no que realmente importa durante os campeonatos.
0 comentários