Caroline Marks (EUA) e Yago Dora (BRA) venceram o MEO Rip Curl Pro Portugal 2025, apresentado pela Corona Cero, terceira etapa do Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL). As finais aconteceram em ondas consistentes de 1,2 a 1,8 metros em Supertubos. Apesar dos ventos fortes e da correnteza desafiadora, os dois superaram grandes adversários e construíram o caminho rumo à corrida pelo título mundial de 2025.
Caroline Marks conquista seu segundo título no Rip Curl Pro Portugal
Caroline Marks (EUA) conquistou sua sétima vitória em etapas do CT – e a segunda em Portugal – em uma final acirrada contra Gabriela Bryan (HAW). A surfista de 23 anos da Flórida é uma das mais consistentes do circuito feminino, e esse é um dos seus melhores inícios de temporada desde 2019. Depois de um ano dos sonhos em 2024, com ouro olímpico e o vice-campeonato mundial atrás de Caity Simmers (EUA), Marks chega embalada para 2025.
A escolha das ondas durante o Rip Curl Pro Portugal foi fundamental no line-up imprevisível de Supertubos, dificultando até para Marks, campeã do evento em 2019, e para Bryan, que disputava sua primeira final no país. Ambas pontuaram com notas médias no início, mas erraram ao escolher ondas sem parede para manobras.
Lutando contra uma corrente forte que as tirava de posição, um erro de prioridade de Bryan nos minutos finais deu vantagem a Marks, que conseguiu administrar a liderança até o fim.
“Não foi a final mais bonita, mas valeu,” disse Marks. “Foi muito desafiador, mas vencer é sempre incrível. Estou muito empolgada. Nos últimos anos, eu ganhava ritmo só na segunda metade da temporada. Começar com uma vitória e ser consistente desde o início é muito bom. É especial estar aqui com meu pai – ele não costuma vir aos eventos, então tê-lo comigo hoje foi incrível.”
Marks defenderá o título na próxima etapa, o Surf City El Salvador Pro, onde venceu as duas últimas edições. Curiosamente, a final de 2024 em El Salvador foi o último confronto direto entre Marks e Bryan, além da última final de CT para ambas.
Na semifinal, Marks superou Molly Picklum (AUS), que buscou tubos mas não completou nenhum. Com poucas oportunidades na bateria, Marks garantiu a vaga com uma manobra de backside decisiva.
Na outra semifinal, Gabriela Bryan venceu um duelo parelho contra Erin Brooks (CAN), com apenas 0,20 de diferença. Ambas mostraram potência e comprometimento, mas Bryan levou a melhor e conquistou sua primeira final em solo português.
“Não foi a melhor final, mas foi muito especial dividir com a Caroline [Marks],” disse Bryan. “Ela é uma pessoa incrível. Espero que a gente repita essa final mais vezes. Foi demais estar aqui em Portugal, surfamos em todas as condições possíveis e estou feliz por ter chegado tão longe.”
Yago Dora conquista sua segunda vitória no CT e supera Italo Ferreira
No seu sétimo ano no Tour, Yago Dora (BRA) vive um momento especial. Após sua primeira vitória no VIVO Rio Pro de 2023, ele foi vice em El Salvador e novamente no Rio em 2024. Hoje, ele garantiu sua segunda vitória no CT, derrotando Italo Ferreira (BRA) na final após passar por Ethan Ewing (AUS), Jack Robinson (AUS) e Imaikalani deVault (HAW).
“No ano passado, cheguei a duas finais e senti que era o surfista em melhor forma, mas acabei perdendo,” disse Dora. “Hoje, eu não ia deixar escapar. Queria muito essa vitória.”
Na final brasileira contra Italo, ambos mostraram seu repertório aéreo em Supertubos. Ferreira arrancou a maior nota do evento com um aéreo de frontside impressionante, mas Dora superou na combinação geral com criatividade em sua segunda onda. Ferreira precisava de uma nota média para virar, mas não conseguiu.
Foi a revanche da final do Rio em 2024, desta vez com Dora levando a melhor.
“Surfar contra o Italo [Ferreira] é sempre muito difícil,” disse Dora. “Ele sempre encontra um jeito de vencer, mas hoje consegui achar o meu caminho. Agradeço a Deus por essa conquista. Senti que algo especial ia acontecer essa semana, e aconteceu.”
Dora subiu 11 posições no ranking e agora é o número 4 do mundo. Aos 28 anos, ele trouxe um novo técnico para sua equipe, e essa é sua primeira vitória desde o Rio em 2023.
“Mudar sempre envolve riscos, mas é muito bom quando tudo se encaixa,” continuou Dora. “As pessoas vão falar, seja você certo ou errado, mas o importante é seguir fazendo o que ama.”
Na semifinal, Dora superou Ethan Ewing (AUS) com uma performance aérea de alto nível. Ewing havia eliminado Filipe Toledo (BRA) com um tubo espetacular avaliado em 9.17, mas não conseguiu repetir o feito contra Dora.
Italo Ferreira parecia ser o surfista a ser batido no evento. Ele conseguiu um aéreo com rotação completa na fase anterior (Round of 16), também com nota 9.17, e venceu Rio Waida (INA) nas quartas. Na semi, passou por Barron Mamiya (HAW), vencedor do Lexus Pipe Pro.
“Foi uma semana longa, eu estava muito confiante, mas cometi alguns erros na final,” admitiu Ferreira. “Competir contra o Yago [Dora] é sempre um prazer, parabéns a ele. Eu amo esse lugar, tenho muitas boas memórias aqui. Ainda temos muita temporada pela frente.”
Italo Ferreira e Caity Simmers mantêm a lycra amarela
Caity Simmers (EUA) respirou aliviada ao manter a lycra amarela. Molly Picklum (AUS) poderia ultrapassá-la no ranking se vencesse em Peniche, mas ao não avançar à final, a norte-americana segue na liderança.
Ferreira ampliou sua vantagem no topo com esse ótimo começo de temporada. Já Barron Mamiya (HAW) permanece como número 2 do mundo após avançar às semifinais – feito raro fora do Havaí. O havaiano eliminou Marco Mignot (FRA), que alcançou seu melhor resultado no CT e subiu 13 posições, agora ocupando o 18º lugar do ranking.
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