Home > Entrevistas > O fantástico mundo de Trekinho!

O fantástico mundo de Trekinho!

por | jun 14, 2016 | Entrevistas, Lifestyle, Notícias | 1 Comentário

O surfista que inaugurou a vertente do surf progressivo no Brasil, conta um pouco sobre passado, presente e futuro

Marcelo participou, em 2009, do longa “Surf Adventures 2” e teve sua vida transformada para sempre depois do sucesso do filme nos cinemas. Depois da atuação, Trekinho (apelido de infância) foi rodar o mundo para participar de competições em todos os lugares do globo. Japão, Indonésia, Peru, Califórnia, Espanha, Chile, Austrália, Havaí…

A lista é longa e depois de alguns anos nessa vida de cigano, ele não aguentou mais e pediu pra sair. Abandonou àquela que parecia ser a vida dos sonhos. “Eu não aguentava mais perder, essa é a verdade”, diz. Hoje ele estreia, no canal OFF, o programa “80 e Tals”, que vai ao ar às 22h30.

Você pensa: queria estar pegando onda boa, investindo meu tempo em coisas que me satisfaçam mais. Daí larguei tudo mesmo, abandonei e fui viajar apenas em busca das melhores ondas

Mas antes de sair de cena, Marcelo consagrou-se um dos melhores surfistas do Brasil e do mundo. No país, Trekinho é percursor de manobras aéreas que hoje dominam o esporte, especialista em tubos e aéreos, durante muitos anos foi tudo que qualquer garoto do planeta sonhava em ser.

Fato é que Marcelo acertou em cheio mais uma vez ao abandonar as competições para se dedicar ao freesurf. Suas viagens agora seriam a bel prazer, não havia mais pressão ou frustração em atravessar o mundo para amargar uma derrota.

Sua participação no filme Surf Adventures 2 foi muito expressiva, você passou a ser conhecido nacionalmente, como foi essa fase?

O filme foi o divisor de águas do surfe brasileiro, acho que todo mundo que participou acabou ficando mais conhecido, eu tinha 18 anos na época e até hoje as pessoas falam disso, marcou muito minha carreira. Depois fui correr o circuito mundial, mas para a minha carreira de freesurf foi sem dúvida uma das coisas mais importantes que eu já fiz.

Como competidor você foi o único surfista brasileiro a ter três notas 10 em uma única etapa do circuito nacional. Como foi abandonar essa carreira e se tornar um freesurfer?

Cara as competições desgastam muito por causa das viagens, eu tava cansado de viajar o mundo inteiro e estar a cada final de semana em um lugar diferente. E isso acabou refletindo nos meus resultados. De certa forma, não foi difícil por isso, eu não estava mais me divertindo. E mesmo durante as competições, eu costumava reservar um momento do dia pra ir pra um pico mais afastado com um fotógrafo para registrar o free surf. Comecei a me dar mal direto nas competições. Eu não queria mais viajar pra competir, essa é a real, eu não vencia mais uma bateria se quer.

“A Vida Que Eu Queria” (programa no canal OFF) toca um pouco nisso, né? Viajar o mundo pra surfar, só que sem a cobrança da competição.

É, viajar o mundo competindo é diferente. Quando você vai pro Japão participar de uma etapa, a satisfação está em vencer o campeonato. E quando isso não acontece e a derrota se torna recorrente, é muito frustrante, mexe com seu psicológico até. Você pensa: queria estar pegando onda boa, investindo meu tempo em coisas que me satisfaçam mais. Daí larguei tudo mesmo, abandonei e fui viajar apenas em busca das melhores ondas.

E como foi a conversa com a marca, foi tranquila?

Sim, foi super. Conversei com meus patrocinadores e falei que não queria mais viajar pra competir e eles me deram total apoio, sabiam que eu continuaria dando retorno como freesurfer então me deixaram livre, com total liberdade para decidir o que eu queria fazer da minha carreira.

E o programa, continua gravando?

Sim, esse ano retomamos. Depois de dois anos de intervalo vamos para a 6a temporada.

E como surgiu a ideia?

Antes mesmo de o canal OFF começar, meu parceiro Pesca já tinha um programa no Multishow que seria descontinuado. Então tivemos a ideia de fazer um piloto para apresentar ao novo canal. Fomos para Índia e acabou que voltamos com cinco episódios prontos e o canal adorou. Em seguida, partimos para a Micronésia para uma segunda temporada. E dai em diante o programa emplacou. Foi o primeiro programa de surf do canal.

Você inspira muito todos esses meninos que sonham com a carreira de surfista profissional ou ainda de freesurf, como é isso pra você?

Hoje a molecada está com um surfe muito progressivo mesmo, Samuel Pupo, Gabriel Medina, Mateus Herdy, meninos de 15 anos que se inspiram nessa linha mais aérea que a gente de certa forma começou. Hoje na real a minha fonte de inspiração são eles. Eu vejo eles surfando e acabo ficando muito instigado, a nova geração está puxando a velha, com certeza.

Sobre o autor

Origem Surf

Janaína Pedroso surfa há 21 anos. É formada em Comunicação Social/Jornalismo, com especialização em Roteiro para TV, Teatro e Cinema. Já atuou como apresentadora com passagens pela Globo, Band e CNT e como repórter para Editora Trip. Atualmente divide seu tempo entre a maternidade, o surfe, a produção de textos e à frente da empresa de comunicação Origem Press.

Postagens relacionadas
Erik Rehder é novo head de marketing da WSL Latam

Erik Rehder é novo head de marketing da WSL Latam

A World Surf League (WSL) anunciou a chegada de seu novo head de marketing e planejamento da WSL LATAM: Erik Rehder. O executivo, de 34 anos, chega com a bagagem de ter atuado por oito anos na Vicar e ser responsável direto por cuidar da Stock Car. Rehder comemorou a...

Alejo Muniz confirma retorno ao CT após 8 anos de tentativas

Alejo Muniz confirma retorno ao CT após 8 anos de tentativas

O catarinense Alejo Muniz garantiu sua volta ao Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL) após oito anos tentando a requalificação. Muniz conquistou a terceira vaga antecipada do Brasil no top 10 do Challenger Series, ao vencer o duelo brasileiro contra o...

Samuel Pupo de volta ao CT 2025

Samuel Pupo de volta ao CT 2025

Samuel Pupo confirma segunda vaga do Brasil no CT 2025 no Challenger Series de Portugal. Surfista passou na dobradinha com Rafael Teixeira. Os brasileiros Alejo Muniz, Miguel Pupo e Edgard Groggia também têm chances de estrelar na elite ano que vem. Assim, Brasil tem...

inscrição feita!

Pin It on Pinterest