O surfista que inaugurou a vertente do surf progressivo no Brasil, conta um pouco sobre passado, presente e futuro
Marcelo participou, em 2009, do longa “Surf Adventures 2” e teve sua vida transformada para sempre depois do sucesso do filme nos cinemas. Depois da atuação, Trekinho (apelido de infância) foi rodar o mundo para participar de competições em todos os lugares do globo. Japão, Indonésia, Peru, Califórnia, Espanha, Chile, Austrália, Havaí…
A lista é longa e depois de alguns anos nessa vida de cigano, ele não aguentou mais e pediu pra sair. Abandonou àquela que parecia ser a vida dos sonhos. “Eu não aguentava mais perder, essa é a verdade”, diz. Hoje ele estreia, no canal OFF, o programa “80 e Tals”, que vai ao ar às 22h30.
Você pensa: queria estar pegando onda boa, investindo meu tempo em coisas que me satisfaçam mais. Daí larguei tudo mesmo, abandonei e fui viajar apenas em busca das melhores ondas
Mas antes de sair de cena, Marcelo consagrou-se um dos melhores surfistas do Brasil e do mundo. No país, Trekinho é percursor de manobras aéreas que hoje dominam o esporte, especialista em tubos e aéreos, durante muitos anos foi tudo que qualquer garoto do planeta sonhava em ser.
Fato é que Marcelo acertou em cheio mais uma vez ao abandonar as competições para se dedicar ao freesurf. Suas viagens agora seriam a bel prazer, não havia mais pressão ou frustração em atravessar o mundo para amargar uma derrota.
Sua participação no filme Surf Adventures 2 foi muito expressiva, você passou a ser conhecido nacionalmente, como foi essa fase?
O filme foi o divisor de águas do surfe brasileiro, acho que todo mundo que participou acabou ficando mais conhecido, eu tinha 18 anos na época e até hoje as pessoas falam disso, marcou muito minha carreira. Depois fui correr o circuito mundial, mas para a minha carreira de freesurf foi sem dúvida uma das coisas mais importantes que eu já fiz.
Como competidor você foi o único surfista brasileiro a ter três notas 10 em uma única etapa do circuito nacional. Como foi abandonar essa carreira e se tornar um freesurfer?
Cara as competições desgastam muito por causa das viagens, eu tava cansado de viajar o mundo inteiro e estar a cada final de semana em um lugar diferente. E isso acabou refletindo nos meus resultados. De certa forma, não foi difícil por isso, eu não estava mais me divertindo. E mesmo durante as competições, eu costumava reservar um momento do dia pra ir pra um pico mais afastado com um fotógrafo para registrar o free surf. Comecei a me dar mal direto nas competições. Eu não queria mais viajar pra competir, essa é a real, eu não vencia mais uma bateria se quer.
“A Vida Que Eu Queria” (programa no canal OFF) toca um pouco nisso, né? Viajar o mundo pra surfar, só que sem a cobrança da competição.
É, viajar o mundo competindo é diferente. Quando você vai pro Japão participar de uma etapa, a satisfação está em vencer o campeonato. E quando isso não acontece e a derrota se torna recorrente, é muito frustrante, mexe com seu psicológico até. Você pensa: queria estar pegando onda boa, investindo meu tempo em coisas que me satisfaçam mais. Daí larguei tudo mesmo, abandonei e fui viajar apenas em busca das melhores ondas.
E como foi a conversa com a marca, foi tranquila?
Sim, foi super. Conversei com meus patrocinadores e falei que não queria mais viajar pra competir e eles me deram total apoio, sabiam que eu continuaria dando retorno como freesurfer então me deixaram livre, com total liberdade para decidir o que eu queria fazer da minha carreira.
E o programa, continua gravando?
Sim, esse ano retomamos. Depois de dois anos de intervalo vamos para a 6a temporada.
E como surgiu a ideia?
Antes mesmo de o canal OFF começar, meu parceiro Pesca já tinha um programa no Multishow que seria descontinuado. Então tivemos a ideia de fazer um piloto para apresentar ao novo canal. Fomos para Índia e acabou que voltamos com cinco episódios prontos e o canal adorou. Em seguida, partimos para a Micronésia para uma segunda temporada. E dai em diante o programa emplacou. Foi o primeiro programa de surf do canal.
Você inspira muito todos esses meninos que sonham com a carreira de surfista profissional ou ainda de freesurf, como é isso pra você?
Hoje a molecada está com um surfe muito progressivo mesmo, Samuel Pupo, Gabriel Medina, Mateus Herdy, meninos de 15 anos que se inspiram nessa linha mais aérea que a gente de certa forma começou. Hoje na real a minha fonte de inspiração são eles. Eu vejo eles surfando e acabo ficando muito instigado, a nova geração está puxando a velha, com certeza.
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