Nas décadas de 70 e 80 se jogar na estrada em busca das ondas era uma verdadeira aventura. Primeiro porque não tinha essa de previsão das ondas. Segundo, que a maioria dos surfistas daquela época não tinha carrão importado não, o lance era Kombi, Fusca, Brasília, Caravan ou Chevette – os prediletos para encarar estradas de terra ou até mesmo para rodar pela areia da praia, sempre atento pra não ser pego de surpresa pela maré alta.
Na década de 90, com estradas um pouco melhores e mais opções de carros, os modelos estilo “perua” se destacavam entre os surfistas. A Parati foi considerado o “carro do surf” por anos – tanto é que a montadora lançou um modelo exclusivo para a surfistada, a Parati Surf. Outros que faziam a cabeça da galera eram Saveiro, Quantum, Ipanema, Gol e Voyage que também eram vistos pelas estradas com pranchas no rack ou estacionados em frente ao pico.
Já nos anos 2000, alguns importados caíram no gosto dos surfistas, Toyota Fielder, L200, Hylux, e Vitara. Isso não foi à toa, já que o poder aquisitivo do surfista aumentou e o perfil do surfista vagabundo foi deixado de lado – já se via empresários, publicitários e diretores de multinacionais preocupados em pegar a estrada e curtir um final de semana de surf.
Hoje em dia, não existe mais um tipo definido de carro do surf. É Corolla, Civic, Uno, Palio, Spacefox, Saveiro, Fusca, Q7 ou caminhão. É surf raiz ou surf Nutela, tem para todos os gostos e bolsos. Há inclusive modelos das montadoras Peugeot e Renault que criaram versões especiais para agradar a turma do surf.
Fato é que qualquer carro é carro quando estamos em busca das ondas. Claro que o bom mesmo é morar bem perto do mar e no máximo ter que pegar a bicicleta pra fazer a queda do dia. Com caranga ou sem caranga o negócio é salgar a alma e fazer a cabeça com uma boa sessão de surf!
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