Na semana em que comemora-se o Dia dos Oceanos (08 de junho), surfistas e amantes do esporte estiveram reunidos no Museu do Amanhã (RJ), para debater a construção do Programa Brasileiro de Reservas de Surfe (PBRS).
De acordo com João Malavolta, diretor do Ecosurf e um dos líderes da iniciativa, o projeto iniciado no Brasil tem o apoio das principais instituições internacionais ligadas ao assunto.
“Nosso programa é brasileiro, mas ocorre em parceria com o Save the Waves, que é o órgão que proclama as reservas mundiais de surfe. Portanto, nós seremos baseados no modelo que já existe na Austrália (Reservas Nacionais de Surfe da Austrália).”
“Em uma conversa com o Andrew Short, que é o criador do modelo australiano de reservas de surfe, ele sugeriu que nós criássemos um programa nacional, para podermos reunir as características do país, que envolvem aspectos culturais, socioambientais, etc.”
“Fizemos um primeiro estudo, que gerou o documento que chamamos de “Estado da Arte”, e agora estamos buscando colher mais informações a partir de pessoas ligadas a determinados territórios. Queremos ouvir todos os atores, partes interessadas no assunto e de diversos setores da sociedade.” finaliza.
“Um dos pontos fundamentais para a construção do programa é a participação das comunidades locais. Para nós do Instituto Linha D’água é importante que ele seja construído a partir de um intenso diálogo com os atores locais. No caso das praias do litoral brasileiro nós temos comunidades compostas por pescadores, empreendedores locais, escolas e associações de surf. A ideia é que seja valorizada a pluralidade de atores, diversidade de pessoas, que devem trazer suas contribuições para esse processo e suas intenções para a formulação do programa”.
Henrique Callori Kefalas, coordenador executivo do Instituto Linha D’água
O Programa Brasileiro de Reservas de Surf (PBRS) é uma iniciativa dos institutos Aprender e Ecosurf e nessa primeira etapa contou com o apoio do Instituto Linha D’água e Fundação SOS Mata Atlântica.
Entre os resultados deste primeiro encontro estão a criação de um grupo de trabalho que vai captar recursos para a realização dos próximos workshops e estruturar a elaboração do Fundo Brasileiro de Reservas de Surf, que terá como foco a implementação do programa, criação da secretaria executiva e ações de diálogos e formação de uma rede que envolva comunidades litorâneas.
Para acompanhar o trabalho do Programa Brasileiro de Reservas de Surf (PBRS), basta seguir nas redes sociais Facebook e Instagram: @reservasdesurf
Ondas Protegidas
A praia da Guarda do Embaú foi declarada, em 2016, a 9ª Reserva Mundial de Surfe e primeira no Brasil, juntando-se ao seleto grupo de onze picos espalhados pelo mundo.
- Punta Borinquen – Porto Rico (2018)
- Noosa – AUS (2017)
- Guarda do Embaú – Brasil (2016)
- Gold Coast – AUS (2015)
- Punta de Lobos – Chile (2013)
- Bahía de Todos Santos – México (2013)
- Huanchaco – Peru (2013)
- Santa Cruz – EUA (2011)
- Ericeira – Portugal (2011)
- Manly Beach – AUS (2010)
- Malibu – EUA (2009)
No encontro estiveram presentes o bicampeão mundial de Stand Up Padle na categoria SUP Wave, Caio Vaz, o presidente do Comitê Gestor da 9a Reserva Mundial de Surf da Guarda do Embaú-SC, Marco Aurélio Gurgel (Kito), as Campeãs Mundiais de Bodysurf, Marie Claude e Isabelle de Loys, pesquisadores das áreas do gerenciamento costeiro, geografia, biologia e oceanografia, jornalistas, representantes de ONGs e fundos de financiamento, empresários e líderes comunitários.
Crédito das Imagens Cadu Fagundes
por Janaína
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