Nada deve ocorrer até junho deste ano, tratando-se de campeonatos mundiais de surfe. Nem circuito principal, muito menos divisão de acesso (QS).

No anúncio, feito hoje por meio de vídeo, Erik Logan, CEO da Liga, fala sobre a decisão do adiamento e mudanças importantes para 2021.

por Janaína Pedroso

Filipe Toledo entuba durante mundial em Saquarema (RJ). Foto WSL / Poullenot.

Covid-19 e a ameaça de não haver campeão mundial esse ano

“Onde e quando iremos realizar nossos eventos este ano, ainda é uma questão muito indefinida.” Dessa forma, Erik Logan, CEO da Liga Mundial de Surfe, a WSL, inicia sua mensagem à comunidade do surfe ao redor do mundo.

O executivo confirma que a equipe segue trabalhando em parceria com os governos, comunidades locais e autoridades da saúde para que haja a possibilidade de retorno aos eventos.

“Neste momento, estamos adiando todos os eventos da WSL para junho. Isso significa que, a etapa do CT no Brasil, está oficialmente adiada”, diz Logan.

De acordo com o CEO, há esperança de que os termos que tornam viagens internacionais possíveis, diante da pandemia, sejam em breve definidos. Então, a realização do tour será viabilizada.

“Nossa próxima atualização sobre calendário 2020 e todos os nossos eventos, será em primeiro de junho”, completa.

Mudanças para 2021

Além do adiamento, a Liga também anuncia novo formato para 2021. 

Entre as mudanças, a que mais chama atenção, certamente, fica por conta da decisão do campeão mundial do evento principal, o CT.

Resumindo, deixa de ocorrer a disputa válida por classificação de pontos corridos e entra em cena o famoso “mata-mata”.

Neste novo formato, o campeão mundial passa a ser definido em um único confronto direto, o playoff final. As regras desse confronto porém, seguem desconhecidas. 

De acordo com alguns surfistas como Tyler Wright e Conner Coffin, a mudança eleva os níveis de competição e confere mais emoção à disputa.

“Sinto que o novo formato aumenta a intensidade de toda a batalha pelo título mundial”, diz a australiana Tyler.

Challengers Series

Outras alterações ficam por conta das “Challengers Series”, anteriormente conhecidas como “etapas primes”.

A intenção, de acordo com a entidade, é tornar o Challengers Series independente, ocorrendo em época distinta do CT, circuito principal.

Mais valor ao regional

Já na divisão de acesso, a Liga mundial anuncia que dará mais importância aos eventos regionais. Porém, não informa como isso deve ocorrer, de maneira que a intenção seja valorizar e incentivar surfistas a competirem mais “perto de casa”. 

Em princípio, essa parece ser uma mudança significativa, especialmente, para os brasileiros. Afinal, a grande maioria enfrenta dificuldades com a falta de patrocínio, e portanto, ficam inviabilizados de participarem de muitas das etapas que ocorrem em locais distantes do globo, como Oceania e Ásia, por exemplo.

Mas, apesar do anúncio, a Liga não dá detalhes de como as mudanças devem ocorrer na prática. E adianta que novos anúncios devem ocorrer em breve.

Outra questão sem resposta é sobre o local escolhido para a grande final. Já faz tempo que Pipeline “corre risco” de não sediar a tão esperada final. 

Resta saber se será finalmente em 2021 que a meca havaiana deixará de ser o grande palco da maior disputa mundial da modalidade. Será?