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Encontro de Matt Wilkinson com tubarão-branco levanta a questão: como agir na presença de um tubarão

por | out 9, 2020 | Ambiente, Destaque, Notícias | 6 Comentários

O surfista Matt Wilkinson, que figurou por mais de dez anos no Circuito Mundial, passou por maus bocados essa semana. Isso porque, enquanto surfava, o surfista teve um encontro nada agradável com um tubarão-branco de quase dois metros!

por Janaína Pedroso

As imagens gravadas com drone, captadas pelo grupo de salvamento ‘Surf Life Saving’, de Nova Gales do Sul, mostram o animal muito próximo do surfista. 

https://www.instagram.com/p/CGGoFVXjpRg/

Nada de grave com Matt, mas os números de ataques de tubarão à surfistas, banhistas e mergulhadores parecem preocupar especialistas do país. 

De fato, sempre houve encontros como estes, e australianos estão habituados a dividir o line up com os animais que na verdade pertencem ao território, diferente de nós. Contudo, já são seis mortes em 2020, um salto e tanto se comparado ao ano anterior, período em que não houve vítimas fatais.

De acordo com pesquisadores, o aumento da temperatura da água, pode estar diretamente relacionado aos ataques, já que os animais tendem a se aproximar mais da costa em busca de alimento.

“Para os tubarões brancos tudo é potencialmente uma fonte de alimento. Eu os vi pegar latas de refrigerante e carregá-las um pouco antes de soltar.”

Dr. Michael Domeier, pesquisador especializado em Tubarões-brancos 

O que fazer na presença de um tubarão-branco

Felizmente, no Brasil, não precisamos conviver com espécies de tubarões tão agressivas, como o branco. Mas, é sempre bom estar atento à algumas dicas sobre como agir na presença de um animal desses. 

Enquanto vivi na Austrália, durante quatro anos, tive apenas dois encontros com tubarões. Em um deles, surfava em Manly Beach, costa norte de Sydney e não cheguei a ver o animal, apenas ouvi a sirene de alerta. 

Sempre imaginava se saberia distinguir o alerta e então sair do mar com vida. Quando aconteceu não tive dúvidas, a sirene é inconfundível.

Na segunda ocasião, era bem cedinho quando decidi surfar sozinha em Freshwater, também na costa norte de Sydney, em uma praia vizinha à Manly. Dessa vez meu encontro foi um pouco mais assustador, à medida que vi o movimento do animal agitando a superfície da água. Um surfista, próximo a mim, percebeu meu desespero, e rindo me pediu para manter a calma, não me mexer e manter pernas e braços fora d’água. Não foi nem um pouco bacana! Logo que pude, saí correndo dali, ou melhor: remando! E para minha surpresa ainda permaneceram na água alguns surfistas destemidos!

Guia Australiano para surfar com tubarões

A ativista e mergulhadora Madison Stewart preparou um guia sobre como conviver com essas temíveis e fascinantes criaturas!

A ausência de informação foi uma das coisas que a motivaram fazer o conteúdo.

“Olhava em sites de salvamentos, não muito tempo atrás, e encontrava avisos sobre presença de água-viva, cortes e câncer de pele. Porém, não via nenhuma menção aos tubarões. Desde então, ficou claro para mim que nós, como país (Austrália), não desejamos enfrentar a realidade sobre os predadores com quem compartilhamos o oceano. Apenas quando é tarde demais, aí então falamos sobre ataques em histórias de medo e terror na mídia. Na ausência de conhecimento e educação, como podemos esperar coexistir com o que é, de fato, um animal perigoso?”

Separei algumas dicas:

Para evitar um encontro: a hora do surfe

A hora do surfe: nascer do dia e o entardecer são momentos mais propícios para que ocorram encontros indesejáveis entre surfistas e tubarões. Isso porque os tubarões-brancos parecem ter certa vantagem nos ataques quando há pouca incidência de luz. Além disso, ao anoitecer os peixes ficam mais ativos. Outras espécies de tubarão costumam atacar à noite. Dr. Jonathan Werry, cientista pesquisador de tubarões que rastreou bull sharks (tubarão touro) na Gold Coast afirma que “crepúsculo, amanhecer e durante a noite é quando o movimento do tubarão aumenta significativamente”.

Apesar de esclarecedora, essa dica é um balde de água gelada para nós surfistas, que amamos surfar principalmente nesses dois momentos do dia…

Ao encontrar um tubarão

  1. Se um tubarão está circulando você, geralmente indica pura curiosidade, e o que acontecerá a seguir dependerá da sua reação.
  2. Entrar em pânico e nadar para a costa rapidamente aumentará o risco de ser atacado.
  3. Permanecer em grupo ajudará a deter um ataque; tubarões, como a maioria dos predadores, são mais propensos a ir atrás de um indivíduo.
  4. Um tubarão curioso geralmente pode ser desencorajado se você nadar em sua direção e encará-lo com certa agressividade.
  5. Se um tubarão está vindo em sua direção, tente colocar qualquer coisa que possa ter com você entre você e o tubarão, como sua prancha de surfe.
  6. Se você sentir um solavanco, procure sair da água com calma.
  7. Se o tubarão persistir e chegar perto o suficiente, tente socar no ‘focinho’ ou nas guelras, pois ambas são áreas muito sensíveis no corpo de um tubarão.

Pois é, não sei se essas dicas ajudam ou atrapalham, à medida que me dou conta de que realmente é muito provável ter que socar a cara de uma fera dessas. 

Afinal, o aumento da temperatura dos oceanos é um fato. Além do mais, o aquecimento global ainda parece estar longe de se tornar uma pauta relevante entre os que dominam o capital…

Capitalismo selvagem, ô ô ô
Bom feriado e que o Deus do sossego esteja conosco, amém!

Sobre o autor

Origem Surf

Janaína Pedroso surfa há 21 anos. É formada em Comunicação Social/Jornalismo, com especialização em Roteiro para TV, Teatro e Cinema. Já atuou como apresentadora com passagens pela Globo, Band e CNT e como repórter para Editora Trip. Atualmente divide seu tempo entre a maternidade, o surfe, a produção de textos e à frente da empresa de comunicação Origem Press.

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6 Comentários

  1. José Truda

    E, principalmente, lembrar que o mar é a casa DELES e que respeitar e proteger a biodiversidade marinha está na essência do surf! Mahalo!

  2. Maria Isabel

    ☝️ Coincidentemente os ataques ocorrem agora justamente na travessia das baleias, e esse é um dos alertas de Madison também. A época da travessia, mixada com o fenômeno que ocorrerá la niña, provocam também estes animais, mexem com sua cadeia alimentar. Lembro de ter lido (não lembro se foi neste manual) que quando fenômenos da natureza como esse estão previstos, além de temperaturas modificadas, caminhos e atrasos na rota das baleias tb são modificadas, fazendo com que os tubarões fiquem mais provocativos e oriçados.
    Minha opinião é que Matt foi um tanto quanto negligente, nestas últimas semanas o que foi falado sobre ataques e baleias mortas na região e no próprio manual diz q nessa situação de animais mortos, é necessário se manter distante do nosso playground.
    Os australianos que você deu de encontro ao mar também foram, principalmente pelo movimento que você menciona, que parece ser um ataque a outras espécies marinhas, ficar neste meio é muito perigoso e não é sinal de inteligência, ao contrário, de egoísmo sim, pois aqui em Queensland ao ocorrer um ataque, as autoridades vão atrás de tubarões para matar. Ou seja, vc pode perder uma perna, um braço, talvez a própria vida, uma fatalidade. Mas o governo irá atrás de qualquer tubarão e assassinara pelo menos alguns que encontrar e apresentar semelhança ou grande ameaça pela espécie. Triste.

  3. tu7ikr

    By the mid 20th century, humans had achieved a mastery of technology sufficient to leave the atmosphere of the Earth for the first time and explore space.Technology deals with human as well as other animal species’ usage and knowledge of tools and crafts, and how it affects a species’ ability to control and adapt to its natural environment. https://mgwin88tm.com/ The word technology comes from the Greek technología (τεχνολογία) — téchnē (τέχνη), ‘craft’ and -logía (-λογία), the study of something, or the branch of knowledge of a discipline.[1] A strict definition is elusive; technology can be material objects of use to humanity, such as machines, but can also encompass broader themes, including systems, methods of organization, and techniques.

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