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Dilema de Gabriel e Yasmin gera comparação inevitável com Ayrton e Adriane

por | jul 9, 2021 | Colab, Destaque, Olimpíadas 2020, Opinião | 15 Comentários

É possível traçar um paralelo entre as histórias de Gabriel Medina e Ayrton Senna. Ambos ficaram mais felizes, mas suas escolhas não foram bem recebidas pelas famílias.

por Diogo Mourão   

Todo este barulho em volta do casal, motivou-me a escrever sobre algo que venho pensando desde que a briga de Medina com a família virou assunto nacional. Guardemos devidas proporções, por favor, mas tracei um paralelo entre as histórias Yasmin & Medina e Ayrton Senna & Adriane Galisteu. Adriane parecia levar ao tricampeão mundial de Fórmula-1 a leveza que ele nunca tinha mostrado antes. Desde que começara a namorar a então modelo, Senna aparentava estar mais feliz, mais sorridente.

O mesmo ocorre com Medina na atual temporada ao lado de Yasmin. O bom astral aparece nos resultados espetaculares, que inclusive o garantiram nas finais mundiais (WSL Finals), além da espontanedade antes nunca vista, durante as entrevistas após baterias. Um Medina menos contido, sem medir tanto as palavras.

O tricampeão Mundial Ayrton Senna e a então modelo Adriane Galisteu, que namorava o piloto e parecia estar deixando a vida dele mais leve. Crédito: Revista Ana Maria/UOl/reprodução Intagram

Não havia as redes sociais para Senna e Galisteu compartilharem momentos de amor e felicidade com todos, como fazem hoje Medina e Yasmin. Era uma época de observações nas corridas e nos momentos que Senna passava em sua casa de Angra dos Reis (RJ), por exemplo.

Como setorista de F-1, muitas e muitas vezes fui mandado até Portogalo, onde ficava a casa do piloto, para fazer um plantão na esperança de que ele falasse com a imprensa, o que deve ter acontecido uma, no máximo duas vezes, em anos sentado numa pedra. Geralmente com três, quatro palavras, sem responder nada e apenas mostrar um bilhete pedindo para que o deixassem em paz, apesar de ele saber que ídolos não têm paz.

De longe, era possível ver alguns cômodos da casa e o jardim grande. Invariavelmente, Senna passava alguns momentos se divertindo no mar, na maioria das vezes esquiando. Maravilha para os fotógrafos, já os repórteres não tinham nada o que comemorar, apenas a tradicional parada numa churrascaria na volta.

Atenção aos detalhes

No jornalismo, observar os detalhes é importante, pois pode ser que os detalhes só venham a ser usados lá na frente. É no “lá na frente”, que peguei um tubo (túnel) do tempo para traçar o paralelo entre os ídolos e suas respectivas paixões, Yasmin e Galisteu.

Senna nunca chegou a romper com a família como Medina, mas passou a usar seu tempo livre para namorar, roubando sua presença dos encontros familiares. Quando estava em Angra com Adriane, normalmente ficavam sozinhos, sem parentes por perto, e ele gastava menos tempo na água, para desespero dos fotógrafos. Minha opinião era que, pela primeira vez, Senna estava gostando mais de ficar com a namorada do que entre motores (mesmo que de lanchas), velocidade e adrenalina.

Ao que parece, Yasmin não foi bem recebida pela família do bicampeão mundial de surfe. A família do tricampeão de F-1 nunca fez barulho, mas era claro que não gostavam muito da mulher que poucos anos trabalhava como modelo de feiras e eventos. Preferiam a namorada anterior, ninguèm mais, ninguém menos que Maria da Graça Xuxa Meneghel.

Senna e Adriane ficaram juntos por pouco mais de um ano, até o fatídico acidente na curva Tamburello, em 1 de maio de 1994. Impressionante como até hoje, só de lembrar, me embrulha o estômago.

Fui designado para ir a São Paulo acompanhar os funerais. Uma das coberturas mais cansativas e emocionantes que fiz. Passei a noite na Assembleia Legislativa, acompanhando o velório. Mais uma vez, minha principal atividade era observar. Ver quem passava por lá, como eram recebidos, quem ficava mais tempo, etc. No dia seguinte, mais observações, desta vez no cemitério, onde ocorreria o sepultamento, em local sem acesso à imprensa.

Muita atenção aos detalhes

Tive a ajuda do fotógrafo Daniel Augusto Jr, fundamental para juntar as peças e escrever uma das matérias mais comentadas do dia seguinte, na qual mostramos a forma diferente com que Xuxa e Adriane foram tratadas pela família do piloto morto.

Reprodução da página do jornal o Globo.

Para montar o quebra-cabeça, entraram informações da época da pedrinha em Portogalo e muito do que observei nos funerais, além do que Daniel, que estava dento no cercadinho do sepultamento, me contou.

No velório, o encontro das duas foi evitado com passagens em momentos diferentes, embora separados por poucos minutos. Já foi possível perceber um tratamento diferente e mais frio para Adriane, mas nada assim que valesse registro. Porém, no enterro, tudo ficou mais evidente.

Xuxa chegou no segundo carro da comitiva, logo atrás ao veículo que trazia a família, enquanto Adriane, num dos últimos. Durante o sepultamento, como me relatou o repórter fotográfico Daniel, Xuxa sentou-se ao lado do irmão de Senna, Leonardo, enquanto Adriane ficou numa fila mais distante. Na saída, o fato mais marcante, decisivo para a publicação da matéria e que transcrevo exatamente como foi publicado em 1994.

“Na saída, o momento de maior constrangimento para Adriane. Depois de se despedir de todos os pilotos, ela se dirigiu ao carro que levaria a família até o aeroporto. Foi breve: entrou e saiu em menos de um minuto. Fez todo o percurso até a saída do cemitério a pé. Lá fora, embarcou no ônibus reservado para os amigos da família”

“Antes de deixar o local do enterro, Xuxa se abaixou, pegou uma flor no chão, a beijou e depois a devolveu ao solo. Caminhou então para o carro da família, acompanhada por Viviane, a irmã de Senna”.

De volta ao surfe

Bom, vamos sair desta viagem por dentro do deste tubo do tempo e voltar para Yasmin e Medina. Da minha parte, fica a torcida para que ele consiga botar uma pedra no assunto e concentrar-se em ir buscar uma medalha na estreia do surfe nas Olimpíadas. Pelo que conhecemos do fenômeno, as possibilidades são enormes, mesmo com esse turbilhão de coisas ao redor.

Boa sorte, Medina!

reprodução instagram.

Sobre o autor

Origem Surf

Janaína Pedroso surfa há 21 anos. É formada em Comunicação Social/Jornalismo, com especialização em Roteiro para TV, Teatro e Cinema. Já atuou como apresentadora com passagens pela Globo, Band e CNT e como repórter para Editora Trip. Atualmente divide seu tempo entre a maternidade, o surfe, a produção de textos e à frente da empresa de comunicação Origem Press.

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15 Comentários

  1. Cassio Vieira

    Essa vírgula no título está a mais! Está separando sujeito do verbo.

    • Flávio Lopes

      Clickbait

    • Cristina Pereira

      Mas q paralelo mais sem noção esse. Senna foi e ainda é o maior ídolo de nosso esporte. Medina pode ser um ícone no surf, mas nunca no geral do esporte brasileiro. Alienado, midiático, imaturo.
      Senna nunca inseriu uma companheira no mundo da F1. Elas estavam na mídia como parceiras da vida pessoal, nunca como parte da equipe. Nunca substituiu família por mulheres. Medina é um sem noção.
      Comparação horrível!

  2. Carla Garcia Pignone

    Esse paralelo me deixou um tanto pensativa. Medina é um monstro, nosso melhor representante nas Olimpíadas e um ídolo altamente carismático. Seu relacionamento, ou a falta de, com a família deve ser deixado para eles resolverem. A nós cabe torcer para que sua sanidade física, e emocional estejam bem e apreciar suas manobras e aéreos fantásticos. Bora trazer essa medalha Campeão, estamos com você!!!

  3. Maria

    A família deve pensar no bem dele …e apoia-los…. talvez estejam com medo de dividir herança.
    Qdo ele se for , pra q serve dinheiro ? O amor é pra vida toda ..sei o que ele está passando pq aconteceu comigo, mas não desistir do meu amor… espero que eles sejam felizes assim como eu sou.

  4. May

    O texto é bem bonito, mas nada mais nada menos que dois mimados. Se esqueceu de citar a situação da pandemia, e da bolha em que esses dois vivem não conseguem pensar no coletivo, só na necessidade pessoal.

  5. Hélio Rubano

    Se fossem um casal gay, ou, pelo menos um deles fosse afrodescendente, diriam que estar sendo vítimas de racismo ou homofobia. O judiciário daria 48 horas para o comitê reservar uma suíte nupcial para os dois, mas, como são um casal hétero e são brancos, não têm direito de reivindicar ABSOLUTAMENTE NADA. Esse país está se tornando insuportável.

    • Ana

      Saia deste país então. Insuportáveis são esses seus pensamentos.

      • Hélio Rubano

        Ana, você diz que meu pensamento é insuportável ! Usei de alguns argumentos para fundamentar meu pensamento. Gostaria de ouvir um argumento seu.

      • Cristina Reis

        Eu tenho às minhas dúvidas com relação aos dois casais citados. Adriane Galisteu sofreu uma espécie de preconceito e discriminação por não ser a mulher ideal do Airton Senna. Houveram maledicência sobre a sua profissão de modelo de início de carreira. E como tal, digna de ser taxada como aproveitadora e uma alpinista social. Enquanto, a Xuxa já tinha uma carreira consolidada e conhecida nacionalmente. Depois, que vi a cena do sepultamento do grande piloto da Fórmula 1, fiquei indignada pelo comportamento da família que além de tirar o mérito do relacionamento do casal, tirou todos os recursos econômicos que era do casal, deixando a Galisteu numa situação de penúria em que foi obrigada a pedir ajuda aos amigos para retornar ao Brasil.

        Enquanto, a questão do casal Medina, vejo o sufista extremamente apaixonado que o faz ficar cego, mudo e surdo aos conselhos de sua família. O Gabriel Medina abriu mão de sua família para enveredar por uma paixão que a meu ver, é temporária. O fogo da paixão tem um limite e que não é eterno, e só o tempo fará que ele se aperceba que a a mulher de vida tirou o seu bem mais precioso, que é a sua família que o criou e o que fez ele ser o grande campeão que conhecemos. De tempo ao tempo.

        • CRISTINA PEREIRA

          Perfeita análise.

  6. Hélio Rubano

    Tem alguma mentira no que eu disse ? Veja a questão do número 24 na camisa da seleção brasileira. Grupos de ativismo LGBTQEORESTODOALFABETO estão EXIGINDO que a CBF OBRIGUE um jogador de usar essa camisa. Qualquer um PODE e DEVE reivindicar seus direitos, o que me espanta é o judiciário dar prioridade a essas questões. O processo do “homem negro assassinado” no Carrefour no RS foi resolvido em seis meses. No Rio de Janeiro um jovem branco de 19 anos foi assassinado EXATAMENTE da mesma forma e o processo se arrasta por dois anos. A família do João Alberto recebeu 115 milhões de indenização enquanto que cada família dos trabalhadores mortos em Brumadinho recebeu 1 milhão. Um João Alberto vale por 115 operários de Brumadinho. Outro detalhe é que a princípio o Carrefour ofereceu 1 milhão e o advogado argumentou que um milhão eles pagaram no caso de um cão morto por um funcionário, e que a vida de um ser humano não pode ter o mesmo valor que a vida de um cachorro. Mas as vidas dos operários de Brumadinho sim ? Meus pensamentos são norteados por fatos que acontecem em meu país.

    • Onilda

      Hélio bucano vc tem toda razão os FATOS são reais.meus parabéns

  7. Carlos

    O problema é o dinheiro .

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