Dirigido pelas brasileiras Luiza de Andrade e Bia Vilela, conhecidas como Figas, o curta-metragem Presence percorre a temática da saúde mental sob a ótica do surf. O filme narra as dificuldades sentidas por Thati Braun, surfista amadora, que sofre com crises de ansiedade.
Tocante, sensível e ultra poético, o curta-metragem Presence une com maestria a estética do mar, como a beleza do movimento das ondas, quase uma dança, o barulho das ondas quebrando, perpassando e se contraponto às cenas do corpo da surfista e de ação.
Para a diretora Luiza de Andrade, o surf pode ser uma terapia para quem enfrenta a ansiedade, condição que se torna cada vez mais frequente com as jornadas de trabalho contemporâneas. “A ansiedade é uma epidemia silenciosa da contemporaneidade e a Thati já esteve neste lugar. Ver o efeito do surf em seu bem estar foi uma experiência reveladora sobre o potencial deste esporte em nos conectar com a natureza e com nós mesmos. A concentração que o surf exige para ler os sinais do mar proporciona uma disciplina muito íntima, um atalho para a serenidade de que precisamos tanto atualmente”.
“Nesta altura da vida, já tivemos experiência para entender que a vida é cíclica. Num dia estamos no topo, outro dia estamos no fundo, num azul profundo e incógnito, também conhecido como ansiedade, depressão, melancolia. É importante reconhecer que se trata de apenas uma fase para ter força para voltar para a superfície, respirar e se recuperar para a próxima jornada, a próxima onda. “O novo sempre vem”, isso é o que há de mais bonito no surf e na vida”, disse a diretora Bia Vilela.
A linguagem por si já seria um presente aos olhos do espectador, mas o curta vai além à medida que aborda com delicadeza e sinceridade um tema que ainda é capaz de produzir estereótipos e estigmas.
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