A vitória de Caity Simmers nas Finals não representa apenas um título conquistado no Tour, mas a afirmação de algo muito maior: a vitória da autenticidade e da irreverência no surf feminino.
Em um esporte em que a conformidade e a pressão muitas vezes ditam as regras, Caity quebra padrões ao ser fiel a si mesma, provando que sucesso é sobre ter coragem de seguir seu caminhos autenticos, mesmo que muitas vezes mal compreendidos.
Sua escolha de adiar a entrada no Tour, algo que poderia ser visto ( e foi) como hesitação e erro, revelou-se uma decisão sábia.
Caity entrou no momento certo, pronta para competir e, mais importante, pronta para ser quem é.
Essa coragem, que vai além de encarar Pipe ou Teahupo´o, mas reflete a força de uma nova geração de surfistas, que está revolucionando o esporte. Elas estão não apenas ocupando o espaço que sempre foi delas, mas redefinindo o que significa ser uma surfista de elite.
O grito de Caity, “Pipeline ‘for the fucking girls’”, ressoou como uma chamada de atenção na época em foi dito. Por aqui, já fiz essa indagação. Afinal, o surf feminino, por muito tempo, (e ainda) tem sido relegado ao segundo plano. Agora começa a receber o respeito que merece, com mulheres que, como Caity, trazem consigo a paixão, a luta e a irreverência de quem sabe que pertence a esse espaço.
A vitória de Caity é maior porque celebra a autenticidade, a transparência e a liberdade, valores pouco explorados pelas mulheres, ou talvez permitidos na lógica da sociedade patriarcal, que sempre limitou mulheres a determinados papeis e posturas.
O surf não é apenas sobre manobras técnicas ou performances impecáveis. É sobre identidade, sobre se encontrar nas ondas, e Caity fez isso de forma brilhante.
Neste momento, o surf feminino não apenas vence. Ele se fortalece. Está nas mãos de mulheres que ousam ser irreverentes, transparentes e, acima de tudo, autênticas. E Caity Simmers, com sua vitória, nos lembra que o futuro do surf está nelas – e ele nunca foi tão promissor.
0 comentários