A bicampeã mundial Tyler Wright finalmente entrou na água em Abu Dhabi, colocando fim às especulações sobre sua presença na segunda etapa do Championship Tour (CT) 2025 da World Surf League (WSL). Desde o anúncio do Surf Abu Dhabi Pro, realizado nos Emirados Árabes Unidos, a participação da australiana era incerta, já que o país mantém leis que criminalizam pessoas LGBTQIA+.
Wright, que se assumiu bissexual publicamente e é uma voz ativa em pautas de diversidade no esporte, foi alvo de especulações sobre como lidaria com a realização de um evento em um território onde relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais. O debate gerou repercussão dentro e fora da comunidade do surf, reacendendo a discussão sobre a escolha da WSL em sediar uma competição em um local onde direitos humanos básicos são negados à população LGBTQIA+.
Tyler Wright e sua postura diante da polêmica de Abu Dhabi
Antes da competição, Wright evitou declarações públicas sobre sua presença no evento, aumentando as dúvidas sobre sua participação. No entanto, ao competir na piscina de ondas de Surf Abu Dhabi, a surfista confirmou sua decisão de integrar o campeonato, deixando claro que seu foco está no desempenho esportivo.
A surfista, que já expressou diversas vezes seu apoio à inclusão no surfe, ainda não comentou oficialmente sobre como se sente em relação à escolha do local.
A decisão da World Surf League de levar o circuito para os Emirados Árabes Unidos reflete um dilema comum no mundo dos esportes: expandir comercialmente para novos mercados sem necessariamente considerar as implicações sociais e políticas.
Outras ligas esportivas, como a Fórmula 1 e a FIFA, também foram criticadas por realizarem eventos em países com histórico de violações de direitos humanos. No caso do surf, um esporte tradicionalmente associado a valores de liberdade e inclusão, a escolha de Abu Dhabi como sede de uma etapa do CT gerou desconforto entre fãs e defensores dos direitos LGBTQIA+.
Se por um lado a presença de uma atleta LGBTQIA+ em um país que criminaliza sua existência pode ser vista como uma forma de resistência, por outro, a falta de um posicionamento claro da WSL sobre as políticas do país pode levantar questionamentos sobre o compromisso da entidade com a inclusão.
O que esperar daqui para frente?
Ainda não se sabe se Tyler Wright fará declarações públicas sobre sua experiência no evento de Abu Dhabi ou se a WSL tomará medidas para garantir que atletas LGBTQIA+ estejam seguros e respeitados em todas as etapas do circuito. De qualquer forma, a polêmica reforça a importância de manter o debate sobre direitos humanos no esporte e sobre como grandes organizações devem lidar com eventos em locais onde a diversidade ainda não é aceita.
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