Esportistas do litoral se mostram dispostos a proteger o oceano, aponta estudo
Influência do mar na escolha do esporte
Estudo da Fundação Grupo Boticário, em parceria com a UNESCO e a Unifesp, mostra que 63,8% dos praticantes de esportes à beira-mar afirmam ter escolhido sua modalidade por influência positiva do oceano. A maioria deles (91%) está disposta a se engajar ativamente na conservação marinha.
Impactos ambientais sentidos pelos atletas
Apesar da conexão com a natureza, 60% dos esportistas se queixam do lixo nas praias e na água. Outros 34% relatam que a contaminação do mar prejudica suas atividades. Chuvas intensas e temperaturas extremas também foram citadas como fatores limitantes. Entre os impactos que a prática esportiva pode causar ao ecossistema marinho estão a perturbação de espécies, poluição e descarte inadequado de resíduos.
Engajamento real: atletas como agentes de mudança
Cerca de 44% dos entrevistados se consideram “agentes de mudança”, participando ativamente de ações como limpeza de praias. Outros 47% ajudam na divulgação de informações sobre o tema. Esses dados contrastam com o engajamento da população geral, que é menor (81%).
Além disso, 39% dos esportistas já participaram de alguma ação de conservação. Destes, 73% atuaram na coleta de lixo, enquanto 4% estiveram em iniciativas de educação ambiental.
Diversidade e barreiras sociais nos esportes costeiros
A pesquisa também revela que a desigualdade social ainda limita o acesso a determinadas modalidades. Esportes como remo, escalada e vela têm barreiras financeiras. A maioria dos atletas (58,7%) ganha entre 1 e 5 salários mínimos. Esportes aquáticos seguem com predominância masculina, embora o beach tennis apresente maior equidade de gênero.
Praias ainda pouco acessíveis para pessoas com deficiência
Quase metade dos entrevistados considera que as praias brasileiras ainda não são acessíveis. Apenas uma pessoa com deficiência foi identificada no levantamento quantitativo. Os paratletas citam a falta de infraestrutura adaptada como principal obstáculo: rampas, esteiras, cadeiras anfíbias e banheiros acessíveis são essenciais, mas escassos.
Atletas podem liderar transformação azul
O estudo recomenda campanhas de educação ambiental, inclusão de temas oceânicos em currículos e selos de sustentabilidade para eventos esportivos. Atletas são vistos como potenciais influenciadores de uma nova cultura de cuidado com o oceano.
Omar Rodrigues, da Fundação Grupo Boticário, destaca: “Existe um ambiente favorável a uma ação positiva, envolvente e transformadora”.
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SERVIÇO:
Oceano sem Mistérios: Esporte e saúde à beira-mar
Realização: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
Cooperação: UNESCO, Unifesp e projeto Maré de Ciência
Baixe o estudo “Oceano sem Mistérios: Saúde e bem-estar à beira-mar” aqui
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