Gabriel Medina compartilhou hoje (26), nas redes, uma declaração de agradecimento ao australiano Julian Wilson. Apesar da rivalidade histórica, e inclusive por conta dela, o brasileiro agradeceu o presente, uma prancha que ganhou de Wilson, destacando a importância que a história de disputa envolvendo os dois atletas, o ajudou a conquistar títulos importantes.
por Janaína Pedroso
“Obrigado pela prancha irmão, significa muito para mim. Se não fosse por nossas batalhas, não seria quem sou hoje. Sempre me motivando e inspirando”, escreveu Gabriel.
Em busca de emoção
Com a estreia do surfe nas olimpíadas, a atmosfera do esporte acende questões de quem vive nele e dele. Comparações com o skate também são inevitáveis, já que ambas as modalidades fizeram o debut olímpico juntas e têm semelhanças que vão além de pranchas para a prática, afinal, a origem de uma está diretamente relacionada a outra.
Porém, skate e surfe têm suas diferenças; e não são poucas. Aliás, em tempos atuais o surfe do asfalto parece estar muito menos relacionado ao conservadorismo reacionário, já entre os surfistas, não se pode dizer o mesmo.
E com as origens ligadas à rua, o skate além de cultivar suas crenças libertárias e revolucionárias muito melhor que o surfe, apresenta novamente ao mundo Rayssa Leal, a fada skatista. Diante de tamanho conto de fadas, não há backflip que resista.
Contudo, a demonstração de carinho e reconhecimento de Gabriel Medina ao rival Julian Wilson parece ser a prova de que o espírito olímpico de fato tem um poder de inebriar até os corações dos mais distraídos.
Sem dúvida a pandemia serenou as Olimpíadas. Não há muito clima de celebração, tampouco de aglomeração ou abraços acalorados ao torcer para ídolos que cada apaixonado pelo esporte venera. Por outro lado, os jogos ocorrem em um momento de esperança, em que novamente é possível enxergar uma luz onde quer que seja.
Sobre a eliminação de Tatiana é uma pena, já que a técnica da brasileira supera a da japonesa Amuro Tsuzuki. Entretanto, não é só com técnica e talento que se ganha uma bateria, muito menos em condições de mar como as vistas até agora no Japão.
Aliás, esse é assunto para o novo texto, quem é de fato protagonista em uma disputa no surfe aos olhos de quem não faz parte da bolha do surfe: mar ou surfista? Será esse um dos motivos pelo qual, até agora, a estreia do surfe nas olimpíadas não tenha causado o furor e a simpatia do mainstream como fez o primo do asfalto?
Longe de fazer do skate e surfe concorrentes, mas é preciso que o esporte praticado por deuses em oceanos de água e sal, consiga superar as adversidades que o tornam único, para então estourar de vez a tal bolha impenetrável, e assim fazer do surfe uma modalidade que realmente tenha a atenção que merece.
Duras batalhas ainda estão por vir: Silvana Lima enfrenta Carissa Moore, Medina, Michel Bourez e Italo, talvez o adversário mais fácil, o japonês Hiroto Ohhara. Mas, de novo, bateria é bateria, nada está ganho, nada está perdido. Todos são capazes. Que venham as medalhas!
0 comentários