Em 2022, Instituto Argonauta atendeu mais de mil ocorrências no litoral norte envolvendo animais marinhos. Entre os mamíferos, o golfinho mais ameaçado do Brasil, a toninha (Pontoporia blainvillei), lidera o ranking

O Instituto Argonauta aponta aumento no número de golfinhos mortos no litoral norte paulista (Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba), como mostra último balanço divulgado.

Foram mais de sessenta atendimentos envolvendo animais mortos da espécie Pontoporia blainvillei, popularmente conhecida como toninha. É o maior número de ocorrências contabilizado pela instituição nos últimos 5 anos.

As toninhas (Pontoporia blainvillei) – espécie de golfinho mais ameaçada do Brasil, classificada como espécie vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e como “criticamente em perigo” pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil (Portaria 148/2022).

“As toninhas são reconhecidas por serem um dos menores golfinhos do mundo e vivem cerca de 21 anos. Por viverem perto da costa, acabam tendo uma forte interação com a pesca. A poluição marinha também é uma forte ameaça que afeta as toninhas, pois muitas morrem com a presença de diversos resíduos gerados pelo homem em seus estômagos”, explica a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta.

Seguindo o “ranking” do grupo de mamíferos marinhos, o maior atendimento contabilizado pelo Instituto Argonauta neste ano depois das toninhas, foi do boto-cinza (Sotalia guianensis); seguido por golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis), baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) e, por fim, o golfinho-comum (Delphinus delphis).

Imagem triste

Apesar da imagem desse post não ter sido captada em 2022, ano que registra o recorde de número de Golfinhos mortos no Litoral Norte de São Paulo, de acordo com o Instituto, a foto ilustra uma das cenas mais tristes que vivi durante o período em que trabalhei à frente da comunicação do Argonauta.

Foto tirada em 2017 quando trabalhei no Instituto Argonauta. Crédito Janaína Pedroso.