Home > Dicas > Profissão Shaper!

Profissão Shaper!

por | set 19, 2017 | Dicas, Entrevistas, Notícias | 2 Comentários

Por Filipe Burjato

“A curiosidade me fez pegar a prancha bater ela na parede para ver o que tinha dentro. Aí abriu a rabeta, quebrou e eu vi como era”.

Foi assim que Sylvio Zampol começou a shapear na década de 70 em Ribeirão Pires, município localizado entre Santos e São Paulo.

Em 1980 Zampol trocou de vez o interior pelo litoral, se mudou para Santos, onde iniciou o curso de engenharia civil. Lá começou a trabalhar na RipWave, onde ficou por 10 anos, até sair em carreira solo.

Foi aí que comecei a me interessar por fabricação. Um dia soube que no Aeroporto Internacional de São Paulo vendiam as revistas Surfer e Surfing, então passei a comprar para ter alguma informação sobre modelos de prancha.

Hoje, a frente da Zampol Surfboards, junto com seu sócio Zeca e com mais de 40 anos de experiência na fabricação de pranchas, Sylvio se tornou um dos principais shapers do país.

Confira abaixo entrevista na íntegra.

Como você começou a shapear? Foi por curiosidade. Comecei a ter contato com o surfe na década de 70, em Santos, comprei a minha primeira prancha em 1975. Foi aí que comecei a me interessar por fabricação. Um dia soube que no Aeroporto Internacional de São Paulo vendiam as revistas Surfer e Surfing, então passei a comprar para ter alguma informação sobre modelos de prancha. A curiosidade me fez pegar uma prancha e bater ela contra a parede para ver o que tinha dentro. “Abriu” a rabeta, quebrou, e então eu vi como era e comecei a pesquisar sobre materiais, fiquei sabendo que em São Paulo tinham umas lojas que vendiam fibra de vidro, fui atrás e assim foi acontecendo.

Como foi no começo, você já abriu sua própria fábrica? Logo que comecei eu fabricava as pranchas em pequena escala e fazia tudo: shapeava, laminava, etc. Não tinha nem plaina essa época, pra você ver como a informação era escassa. Em 1980 fui fazer faculdade de engenharia civil em Santos e comecei a trabalhar na RipWave onde só shapeva, porque já era uma fábrica constituída e cada um fazia uma etapa. Fiquei shapeando lá por 10 anos. Quando saí comecei a trabalhar só shapeando e conheci meu sócio, o Zeca, que só laminava. Eu tinha minha sala de shape e ele laminava em outro lugar. Em 1996, resolvemos nos unir e montar uma fábrica, a Zampol Surfboards.

Além de fabricar as pranchas Zampol você possui a licença para fabricar as pranchas DHD Brasil. Como foi esse contato? Em 1999 eu quis me aventurar, ter algum diferencial aqui no Brasil e fui colher informações lá fora. Fui para Austrália pela primeira vez e tive contato com várias fábricas inclusive a DHD, que foi a fábrica que eu trabalhei. Na hora de ir embora o shaper e dono da DHD, Darren Handley, me convidou para fazer as pranchas no Brasil, mas eu recusei, pois a marca não era muito conhecida aqui, e ele queria fazer com a matéria prima importada e iria ficar muito caro. Então achei que não ia dar certo. Em 2001 ele me convidou para voltar à Austrália e insistiu novamente em fazer as DHD’s no Brasil e desta vez aceitei. Voltei com muita informação de padrões e comecei a produzir as pranchas da marca aqui no Brasil da mesma forma que elas eram produzidas na Austrália. Foi a primeira marca de prancha gringa a ser produzida aqui e a licença está comigo até hoje.

Você também possui a licença para fabricar mais duas marcas Australianas a LSD e a Annesley. Como foi o contato com estas marcas? Estas duas marcas vieram por conta de já estar trabalhando com a DHD. Os responsáveis que me procuraram para produzir suas pranchas.

Como foi seu primeiro contato com as máquinas de shaper? Foi na minha primeira ida à Austrália, mas nessa época não eram máquinas computadorizadas eram máquinas pantográficas de cópia de curva, copiava a curva de cima e a curva de baixo do shape e o resto era feito na mão com plaina.

Desde então você começou a usar máquina aqui no Brasil? Como foi essa evolução? Quando eu voltei para o Brasil, ao lado do meu sócio Miguel, desenhamos e fabricamos nossa própria máquina. E em 2000, aconteceu de fabricarmos máquinas pantográficas para vender. Depois de uns três anos começamos a projetar as computadorizadas. E então, desde 2006, não peguei mais em uma plaina.

Então além da fábrica de pranchas você possui um outro negócio?  Sim. O Miguel é engenheiro mecânico, juntos montamos uma fábrica em Santos de máquinas computadorizadas e prestação de serviço de usinagem para vários fabricantes de pranchas de surfe. Fomos pioneiros no Brasil neste tipo de negócio. Hoje possuímos nossas próprias máquinas e já vendemos algumas aqui no Brasil.

Você possui atletas profissionais na equipe. Como é a troca de informação com eles? Geralmente o atleta quer experimentar alguma coisa diferente do que ele está usando, e ele chega trazendo informações sobre o que não está funcionando na prancha e quer melhorar estes pontos. Muitos pedem sugestões do que pode ser feito e alguns já chegam com ideias básicas de largura, flutuação, por exemplo. A partir daí começa uma troca de informações, um bate papo para tentar absorver a necessidade do atleta. Eu gosto de fazer uma prancha e a partir desta, desenvolver as demais trocando informações até chegar na prancha ideal.

Sobre o autor

Origem Surf

Janaína Pedroso surfa há 21 anos. É formada em Comunicação Social/Jornalismo, com especialização em Roteiro para TV, Teatro e Cinema. Já atuou como apresentadora com passagens pela Globo, Band e CNT e como repórter para Editora Trip. Atualmente divide seu tempo entre a maternidade, o surfe, a produção de textos e à frente da empresa de comunicação Origem Press.

Postagens relacionadas
Limpeza de Praia em Guarujá nesse sábado

Limpeza de Praia em Guarujá nesse sábado

Projeto Ondas, de Jojó de Olivença, realiza no dia 6 de julho, sábado, no período da manhã, o “Mutirão de Limpeza de Praia”, na Enseada, em Guarujá, em frente ao Delphin Hotel - na altura do número 1295 da Av. Miguel Estefano. “É uma ação muito importante para...

“Habitat em Ameaça” resgata luta de Regência

“Habitat em Ameaça” resgata luta de Regência

Programa “Habitat em Ameaça”, em Regência, é produzido pela Hdaniel Studio conecta Esporte e Natureza para inspirar a salvar paraísos naturais. Na agitação da vida moderna, muitas vezes estamos distantes da Natureza, perdidos em nossas rotinas urbanas, cercados por...

Shark Coat: tubarão pode revolucionar alta performance

Shark Coat: tubarão pode revolucionar alta performance

A natureza vem sendo observada há séculos para evolução da ciência aplicada, com a biomimética. Mas talvez pele primeira vez, o surf, segundo esporte mais praticado no Brasil, pode ser beneficiado. Isso porque a BASF criou uma pele de tubarão sintética, e quatro...

2 Comentários

  1. mgwin

    An e-mail was developed through ARPANET as did the bulletin-board system. It has now different qualities; here are some of them; yahoo.com, yehey.com, mail.com, hotmail.com and more. People knew that it was a modern way in sending their mails to their families, friends, loved ones, and other relatives.

    https://mgwin88tm.com/

  2. kamio

    ฝากถอนไม่มีขั้นต่ำ

    Hello there! This is kind of off topic but I need some guidance knowledgeable about all sensual exercises. Mature young ladies are extremely quiet and they can fulfil you like no other Escort

Trackbacks/Pingbacks

  1. Prancha de Surfe: Mandar fazer ou comprar pronta? - […] Sylvio Zampol, shaper – “Quando um cliente está querendo adquirir uma prancha as duas maneiras, mandar fazer sob encomenda…

inscrição feita!

Pin It on Pinterest