Se você ainda não surfa pode ter certa dificuldade em entender o motivo pelo qual o serviço oferecido pela brasileira Surfmappers é tão genial. Porém, se está começando a se aventurar no esporte deve entender melhor a alegria que é quando um fotógrafo registra aquela onda, uma batida monstra ou um tubo insano!

Por Janaína Pedroso

Pois é. No surfe costuma-se dizer que se ninguém viu sua onda, então você não a surfou. É uma brincadeira, claro. Mas, não tem coisa mais gratificante do que voltar para o outside e compartilhar com o brother, com a namorada surfista detalhes da onda surfada. “Você viu essa direita?”, “Saiu muita água na primeira batida?”…

Os invejosos dirão que isso é puro egocentrismo, vaidade, pode até ser, mas quem não gosta de ter uma foto bacana do surfe? Dar aquela twitada básica, uns likes extras no Instagram? Ou ainda guardar para mostrar aos netos com orgulho. “Olha lá, não disse que a vovó pegava altas?”. Seja qual for a motivação, uma foto do surfe é sempre especial.

Victor Hugo, 33 anos, é programador formado em Computação e criador da plataforma SurfMappers. Começou a surfar em 2006 e logo percebeu inúmeras deficiências no mercado do surfe nacional. Entre elas, a ausência de uma plataforma que ligasse surfistas amadores a fotógrafos (em sua maioria também “amadores”).

“Cansei de ir surfar e saber que havia um fotógrafo na areia, mas muitas vezes saia da água e não o via mais. Além de o pagamento ser uma grande barreira, à medida em que dificilmente você vai surfar com dinheiro vivo no bolso.” Diz Hugo.

É mesmo um mercado e tanto. Entre os fotógrafos a plataforma criada pelo programador se transformou em um meio interessante de complementar a renda. Porém há quem diga que o Surfmappers foi além e transformou vidas. Como foi o caso do ex-porteiro de prédio, Daniel Cruz, que deixou as guaritas para se dedicar às lentes.

“É muito gratificante saber que a plataforma está transformando a vida de pessoas numa maneira muito positiva”, comemora Victor. A arte da fotografia fica ainda mais interessante quando se está na praia e com o foco voltado para o oceano.

O casal Ana Clery e Thiago Libaldo, ambos fotógrafos, moram e trabalham em um dos picos mais frequentados por surfistas do litoral norte. Além de direitas perfeitas, Itamambuca guarda muita história. Afinal, durante dez anos o pico sediou o SuperSurf, além de ter sido palco para eventos mundiais (QS) oferecidos por marcas como Sea Club (1994 e 1995), Town & Country (1996) e Onbongo (2006 a 2008).

Além dos inúmeros álbuns na bela Itamambuca, a plataforma conta com parceiros em praticamente todo litoral brasileiro. Fotógrafos que registram a atuação de surfistas dos mais variados níveis. O Surfmappers também atua no exterior e está presente em dezoito países, entre eles Havaí, Indonésia, Costa Rica, Portugal e Austrália.

As mulheres são responsáveis pelo maior número das vendas.

Com cerca de 20 mil fotos vendidas nestes dois anos e meio de vida, a startup que nasceu na incubadora da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) alça voos altos. Hoje, a plataforma também é capaz de suportar o updoald de vídeos, uma inovação imprescindível na visão do programador. “Estamos em constante busca por inovações e aprimoramentos nos nossos serviços”, afirma.

Segundo Victor, as mulheres têm sido as responsáveis por movimentar o negócio. “Tem bastante mulher na água e elas são mais vaidosas, acredito eu, e compram mais fotos”, assume. Além disso, a plataforma também possibilita o agendamento de uma sessão de fotos na sua praia de preferência e com o fotógrafo que deseja.

RAIO-X

Fotógrafos:  mais de 1600 fotógrafos (porém apenas cerca 500 são ativos)

Surfistas: média de 50 mil surfistas

Onde bomba: Sul e Sudeste (São Paulo, Rio e Floripa)

Vendas: mais de 20 mil fotos vendidas

Banco de imagem: Média de 200 mil fotos atualizadas*

*números aproximados  obtidos mensalmente