As piscinas de ondas não são nenhuma novidade. Afinal, desde 1969, com o surgimento da piscina do Arizona, nos Estados Unidos, quando pela primeira vez houve a possibilidade de surfar, propriamente, mesmo que de maneira precária, já se falava nelas.
por Janaína Pedroso
Antes disso, tecnologias que reproduziam ondulações também já mexiam com o imaginário humano, diante da possibilidade de imitar movimentos criados perfeitamente pela natureza.
Mas a verdade é que apenas recentemente, com a Wavegarden Cove e a tecnologia de Kelly Slater, foi possível recriar ondas dignas de serem surfadas.
Contudo, se a piscina de ondas de Slater era tida como a última coca-cola do deserto, veio a Wavegarden para dizer: humm, não é bem assim. Isso porque a espanhola, que tem à frente Josema Odriozola, tornou um modelo de ondas surfáveis e perfeitas, algo plenamente viável de ser replicado (mesmo que por bastante dinheiro).
Afinal, de que adianta ter o Rancho se ele não pode ser considerado um modelo a ser comercializado? Digo, não é impossível, mas um tanto improvável, se existem opções como a Cove, por exemplo. Prova disso é que até hoje só existe um Rancho do Kelly, por outro lado, pipocam lançamentos da Wavegarden.
E outro grande diferencial da WaveGarden está na possibilidade de ajustar as ondas, a partir de tamanho e estilo, aos diferentes perfis de surfistas, agradando desde novatos, gente sem nenhuma intimidade com a modalidade, até atletas de alta performance.
Aqui no Brasil, quem saiu na frente foi a Praia da Grama, com piscina de uso exclusivo dos condôminos e seus convidados. O lugar também já foi palco para a gravação da primeira websérie global da GoPro. Além disso, o espaço foi usado recentemente por surfistas da nova geração do surfe brasileiro, com o evento da Rip Curl, pela primeira vez disputado em ondas artificiais.
Em Garopaba, a Surfland, que funciona com sistema de multipropriedade, oferece a chance de haver para cada imóvel mais de um proprietário. O sistema comercial aumenta a chance dos que sonham ter uma vez por ano, pelo menos, a chance de desfrutar de momentos de lazer e férias tendo ao seus pés uma estonteante piscina de ondas. Mas ainda está longe de ser algo “acessível a todos”.
Inclusive, recentemente, a Surland anunciou que deve iniciar uma etapa importante do projeto de construção da piscina de ondas, à medida que os containers da Wavegarden já estão em solo brasileiro.
“São etapas importantes que estão concluídas, desde a terraplanagem até a preparação o estaqueamento, colocação dos muros e o bloco central. Assim, a obra já alcançou aproximadamente 40% em diversas frentes de trabalho e mantem a previsão de entrega em dia para novembro de 2022”, destaca André Giesta, CEO da Surfland Brasil.
De acordo com a Wavegarden, além do Brasil existem mais cinco projetos já em construção e outros 47 em negociação e desenvolvimento. A empresa anunciou essa semana que no Japão serão construídas ao menos sete piscinas de ondas.
Por enquanto, o sonho de surfar em uma piscina de ondas para a maioria dos surfistas brasileiros é distante, já que até agora nenhum sinal de uma piscina que seja aberta ao público. Porém, nos bastidores fala-se de uma piscina de ondas em Brasília, outra em São Paulo próxima ao Parque São Jorge, João Pessoa, e outra até em Roraima.
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