Eu queria que aquela bateria durasse para sempre. A final histórica entre a convidada Moana Jones versus Carissa Moore, em Pipeline, foi uma das coisas mais gratificantes que vi até hoje no surfe.

por Janaína Pedroso

Numa espécie de domingo mágico, assisti algo parecido a um sonho se tornar realidade, de um jeito muito melhor do que jamais poderia imaginar. 

Primeiro, porque a final feminina em Pipeline foi realizada entre duas atletas muito especiais. 

De um lado Carissa com experiência, potência, títulos mundiais, um ouro olímpico e muito surfe no pé. De outro, Moana Jones Wong e a leveza de uma wildcard. E wild (selvagem em português), neste caso, não há melhor representante senão ela. 

A verdade é que o jeito como Moana surfou, à vontade, espontânea e em total sintonia com as ondas de Pipeline, faz de Moana uma verdadeira Rainha em seu Mar de Aventuras.

Além disso, a final feminina mostra que a representatividade é a chave para qualquer coisa na vida. Assistir a uma mulher surfando aquelas ondas em um domingo só pra elas, é a possibilidade de atrair, além de novas surfistas, mais mulheres de inúmeros meios, profissões, preferências esportivas, já que basta ser mulher para se identificar com outra mulher. 

Logo, de um jeito ou de outro, a representatividade faz com que nos sintamos capazes. Mesmo sabendo que talvez jamais, nesta vida, seremos Moana, e surfaremos como Moana.

Embora certos lugares já saibam sobre o potencial comercial que as mulheres têm quando se trata de esporte, por aqui, é quase certo que ainda teremos um longo caminho pela frente. 

Finalmente, parabéns Moana, Carissa, Tyler, Bettylou, Brisa, Bronte, Caroline, Courtney, Gabriela, India, Isabella, Johanne, Lakey, Luana, Malia, Sally, Stephanie, Tatiana e todas as mulheres que se dedicam ao que amam.

Moana Jones Wong comemora com familiares vitória no Billabong Pro Pipeline. Foto de Tony Heff / World Surf League.